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Violência no futebol: Ministério Público pondera acusação de terrorismo
Na sequência da invasão da Academia do Sporting Clube de Portugal por algumas dezenas de encapuzados e dos atos de violência contra jogadores e técnicos do futebol profissional que ali treinavam esta terça-feira, em Alcochete, a polícia deteve 23 pessoas que aguardam interrogatório judicial no Juízo de Instrução Criminal do Barreiro.
Em comunicado, o Ministério Público afirma que “em causa estão factos suscetíveis de integrarem os crimes de introdução em lugar vedado ao público, ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada, sequestro, dano com violência, detenção de arma proibida agravado, incêndio florestal, resistência e coação sobre funcionário e também de um crime de terrorismo”.
O Ministério Público acrescenta que “devem ser aplicadas aos arguidos medidas de coação diversas de termo de identidade e residência”, abrindo a possibilidade de os detidos ficarem em prisão preventiva.
Entre as reações de condenação a estes atos de violência organizada contra profissionais do desporto, o primeiro-ministro anunciou a intenção de “mudar a lei sobre a violência no desporto" na próxima semana, após a final da Taça de Portugal de futebol. "É claro agora que é necessário reforçar as medidas e, designadamente, avançar para uma autoridade nacional contra a violência no desporto, que permita agir nestas situações, e não só naquelas em que a lei permite às autoridades administrativas agir", acrescentou António Costa aos jornalistas.
Para o Bloco de Esquerda, estes atos de violência “não podem nem devem ser naturalizados ou desvalorizados como caso isolado”. “Estamos perante crimes premeditados e organizados que só podem merecer uma punição severa. Todos os factos devem ser apurados e exige-se tolerância zero para com os agressores”, afirma o comunicado divulgado esta quarta-feira, que lembra ainda que “a época de futebol de 2017-2018 foi marcada por vários episódios graves de violência”. A bancada parlamentar bloquista diz estar disponível “para reavaliar a legislação em vigor e, se necessário, estudar novas medidas de combate à violência no futebol e novos instrumentos de responsabilização dos vários agentes desportivos, mais fiscalização sobre a participação de grupos organizados de adeptos dentro e fora dos recintos desportivos”.
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