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Violência na Palestina causa nova onda de indignação entre defensores dos direitos humanos

Esta sexta-feira, dia 20 de abril, os soldados israelitas voltaram a disparar sobre os manifestantes. Morreram mais quatro palestinianos e centenas ficaram feridos. Atriz israelo-americana Natalie Portman recusa-se a receber prémio em Israel.
Foto MOHAMMED SABER, Epa.

No total, de acordo com fontes oficiais palestinianas, já morreram perto de 40 palestinianos desde que os habitantes de Gaza iniciaram o protesto contra a colonização israelita.

Não obstante os defensores dos direitos humanos denunciarem “a utilização hedionda de munição real contra manifestantes desarmados", os atiradores de elite das Forças de Defesa de Israel continuam a atirar sobre os manifestantes.

Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 729 palestinos foram feridos esta sexta-feira, mais de 150 deles por fogo real. Quatro pessoas foram mortas, entre as quais Muhammad Ayoub, de 15 anos.

O Coordenador Especial da ONU para o Processo de Paz do Médio Oriente, Nickolay Mladenov, reagiu no Twitter, exigindo uma investigação.

De acordo com Mladenov, a violência promovida pelos israelitas é "ultrajante": "Como a morte de uma criança em #Gaza hoje ajuda a paz? Não ajuda! Alimenta a raiva e gera mais mortes”, apontou.

A Campanha dos EUA para os Direitos Palestinianos reiterou os apelos para que os americanos contactem os seus representantes no Congresso para exigir ação.

Numa série de tweets, Yousef Munayyer, diretor executivo da campanha, escreveu que "vários manifestantes mortos hoje em Gaza foram baleados por atiradores na cabeça", assinalando que, "nas últimas semanas, vimos muitas vítimas com feridas no tronco e membros inferiores".

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) informam que já trataram centenas de pessoas feridas por tiros israelitas durante o corrente mês.

"Metade das mais das 500 pessoas que admitimos nas nossas clínicas têm ferimentos causados por balas que, literalmente, lhes destruiu o tecido após ter pulverizado o osso", avançou Marie-Elisabeth Ingres, chefe da missão do grupo nos Territórios Palestinianos Ocupados. "Estas pessoas necessitarão de operações cirúrgicas muito complexas, e a maioria terá deficiências por toda a vida", acrescentou.

Uma investigação do grupo de direitos humanos B'Tselem, com sede em Jerusalém, revelou que os soldados israelitas também lançaram gás lacrimogéneo sobre os acampamentos familiares localizados a centenas de metros de distância da fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel.

Israel tem recusado retratar-se, com o primeiro-ministro israelita Benjamim Netanyahu a defender que os seus soldados “fizeram o que tinham de fazer, e que “Israel age vigorosamente com determinação para proteger a sua soberania e a segurança dos seus cidadãos”. O Exército, por sua vez, argumenta que está a agir para impedir qualquer cruzamento em massa da fronteira e para prevenir ataques contra soldados israelitas e comunidades próximas.

Distinguida em novembro do ano passado com o Prémio Genesis, a atriz israelo-americana Natalie Portman, vencedora do Óscar de Melhor Atriz em 2010, anunciou que se recusa a receber o prémio em território israelita, por não querer ser associada ao primeiro-ministro Benjamim Netanyahu, que iria discursar no evento, agendado para junho.

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