Martínez Alier é espanhol e investigador do Instituto de Ciência e Tecnologia, catedrático em Economia e também perito em ecologia política e acaba de publicar conjuntamente com o físico Jorge Wagensberg um livro intitulado Só Temos um Planeta, que expressa um conjunto de reflexões sobre a forma como se poderão alterar as decisões de natureza política e social com vista a preservar o ambiente.
“A influência dos humanos é tão forte que estamos a modificar a biologia e a geologia”, disse em entrevista à agência espanhola EFE citada pela Lusa, chamando ainda a atenção para o facto de o impacto humano, na sequência das alterações climáticas, já ter se ter iniciado há anos, estando agora a agravar-se “de uma forma muito rápida”.
“Vêmo-lo através da modificação e extinção da biodiversidade no planeta. Há anos, na Índia, havia mais de 150 mil tigres e atualmente em todo o mundo há apenas dois mil, que vivem em jardins zoológicos e circos”, sublinhou.
Mas para Alier, há uma outra causa que tem contribuído para tornar o planeta pior e que é o sistema económico em que vivemos.
Resistências à mudança
“Tanto o sistema capitalista, como o social-democrata, não solucionam nada”, declarou, tendo ainda adiantado que com o atual sistema as matérias-primas como o petróleo, o carvão e o gás, que se produzem em pequenas quantidades e de forma muito lenta, são consumidos muito rapidamente.
Este académico adianta ainda que “mais de 100 espécies extinguem-se todas as semanas no mundo, algumas delas antes de serem descobertas pelo homem”.
Segundo Martínez Alier há muitas resistências para mudar a forma como pensamos, mas, realça, às vezes as mudanças sociais ocorrem quando acontece algum desastre.