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“Velho caquético” aceita reunir com “rocket man”
Numa decisão que surpreendeu inclusive os seus conselheiros mais próximos, Donal J. Trump decidiu aceitar o convite que Kim Jong Un, líder da Coreia do Norte, lhe endereçou. A reunião está prevista para maio, em data a anunciar, e terá, ao que tudo indica, como principal objetivo pôr fim ao impasse nuclear mais perigoso do mundo.
O convite partiu de Kim Jong Un e foi entregue pela delegação sul-coreana numa visita a Washington, nos Estados Unidos da América.
Kim Jong Un talked about denuclearization with the South Korean Representatives, not just a freeze. Also, no missile testing by North Korea during this period of time. Great progress being made but sanctions will remain until an agreement is reached. Meeting being planned!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 9, 2018
Se de facto vier a ter lugar, esta será a primeira reunião entre líderes dos E.U.A. e da Coreia do Norte a alguma vez ter lugar. Ainda não há uma decisão sobre a localização, mas tudo indica que venha a ter lugar na Coreia do Sul ou na China. A realizar-se, Donald Trump precisará de obter ganhos tangíveis no que diz respeito à sua exigência para que a Coreia do Norte abandone o programa nuclear. Porém, Kim Jong Un, líder do país mais isolado do mundo, tem tudo a ganhar com esta aparente abertura ao dialogo com os E.U.A.
Este convite torna-se ainda mais surpreendente após largos meses de ataques verbais entre os dois países no final de 2017. No passado mês de setembro, na sua primeira declaração nas Nações Unidas, Donald J. Trump descreveu o líder da Coreia do Norte como um “rocket man” numa “missão suicida”. O Presidente dos E.U.A. afirmou ainda que não teria outra alternativa “se não destruir a Coreia do Norte” se este se tivesse de defender dela ou dos seus aliados. Em resposta, o líder da Coreia do Norte catalogou o presidente dos E.U.A. como um “americano caquético e mentalmente perturbado”.
Esta reunião traz consigo incertezas para além da data e local. A principal questão que não obteve resposta até ao momento prende-se com as exigências que a Coreia do Norte fará em troca do desmantelamento das suas armas nucleares. Entre os pedidos, poderão estar o fim dos exercícios militares entre os E.U.A. e a Coreia do Sul, a retirada das forças estado-unidenses da Península da Coreia, um tratado de paz formal para pôr fim à guerra na Coreia, uma normalização das relações diplomáticas entre estes países, a garantia de não agressão, o fim das sanções económicas ou até o início do auxílio económico.
Chinese President XI XINPING and I spoke at length about the meeting with KIM JONG UN of North Korea. President XI told me he appreciates that the U.S. is working to solve the problem diplomatically rather than going with the ominous alternative. China continues to be helpful!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) March 10, 2018
Embora pareça uma grande notícia, importa considerar que a própria administração dos E.U.A., na pessoa da secretária de imprensa Sarah Huckabee Sanders, desvalorizou a possibilidade de reunião caso a Coreia do Norte não aceite determinados pré-requisitos, sugerindo que a reunião ainda não está fechada.
"O presidente” dos E.U.A., “não estará na reunião sem ver passos e ações concretas a acontecerem na Coreia do Norte", disse Sanders, mencionando especificamente a desnuclearização. “Eles devem cumprir as promessas que fizeram”, afirmou.
O convite de Kim Jun Un para um encontro com Donald Trump não constitui uma novidade. Nas últimas décadas, tanto o seu avô como o seu pai tentaram trazer os líderes estado-unidenses para as negociações sobre o seu programa nuclear. No final do seu mandato, no ano 2000, Bill Clinton esteve perto de se encontrar com Kim Jong-il, mas acabou por recuar.
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