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Urgências de obstetrícia de Lisboa continuam com falta de médicos

Apesar do encerramento rotativo anunciado em junho não ter avançado, continuam a faltar médicos nas urgências de obstetrícia de Lisboa. Há pressões para que os profissionais assegurem turnos com equipas desfalcadas, denuncia o deputado Moisés Ferreira, que pediu esclarecimentos ao governo.
Foto onlyyouqj/Freepik.
Foto onlyyouqj/Freepik.

A falta de médicos continua a causar problemas nas urgências de obstetrícia da região de Lisboa, apesar de o encerramento rotativo de urgências durante o Verão, hipótese avançada em junho, ter sido posta de parte pelas críticas que suscitou. Há equipas sub-dimensionadas e a contratação de novo pessoal tarda em avançar, critica o deputado Moisés Ferreira.

Numa pergunta endereçada ao Ministério da Saúde, o deputado recorda que em julho, após pressão pública e audições parlamentares requeridas pelo Bloco de Esquerda, tanto a Ministra da Saúde como a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS LVT) garantiram que haveria pessoal durante o verão para manter todas as urgências a funcionar durante o verão.

No entanto, há informações de que "o reforço de profissionais foi absolutamente insuficiente" e que "está a haver pressão para que as equipas das urgências funcionem em números abaixo daquilo que é considerado o limite mínimo", afirma Moisés Ferreira. Por exemplo, no Hospital de Santa Maria "a escala de urgência deve ser garantida, no mínimo, por 5 médicos obstetras", mas os profissionais estarão a ser "pressionados para garantirem as urgências com escalas de 3 e de 4 médicos", alguns deles médicos ainda que estão a fazer a sua formação em internato.

"Estamos a falar, neste caso específico, de um hospital ‘fim de linha’, com cuidados perinatais altamente diferenciados e para onde são reencaminhados todos os casos mais complexos ou que não conseguem ter resposta noutros hospitais. Daí a necessidade de uma equipa consistente com, pelo menos, cinco médicos", afirma o texto da pergunta. E acrescente que, se a "solução para a falta de profissionais não pode ser o encerramento de serviços", tão pouco pode ser "colocar os serviços a funcionar em défice de profissionais, não garantindo a qualidade dos mesmos". A solução tem de passar pela contratação de profissionais, pelo que "não deixa de ser estranho que a 1 dia do início do mês de agosto as escalas não estejam garantidas e o tal reforço de profissionais não pareça ter acontecido de todo".

Por estes motivos, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda requereu ao governo que preste contas sobre "o número de profissionais contratados desde o início de julho" e a razão das "pressões para que as urgências funcionem com equipas desfalcadas". "O Governo tem que explicar publicamente o que fez para resolver de facto estes problemas e porque razão os profissionais continuam a ser insuficientes", considera Moisés Ferreira, para quem "esta situação era previsível há muitos meses, o que torna inexplicável a inoperância do Governo em prevenir a mesma".

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