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“Unamo-nos pela paz” apela Guterres

No seu primeiro discurso como secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres afirmou que lutará pela "dignidade e valor da pessoa humana”.
Guterres discursa perante a ONU. Foto de Justin Lane/EPA/Lusa.

António Guterres iniciará funções a 1 de janeiro de 2017, mas proferiu já esta quinta feira o seu primeiro discurso como 9.º secretário-geral das Nações Unidas. Guterres, que esteve dez anos à frente do Alto Comissariado das Nações Unida para os Refugiados (ACNUR), centrou o seu discurso na paz, “a grande ausente” do mundo atual, sem a qual “não podemos garantir o desenvolvimento sustentável e o respeito pelos direitos humanos”.

“As guerras parecem intermináveis, são mais e mais complexas e interligadas e alimentam o ódio e o terrorismo”, no entanto, afirmou o ex-Primeiro Ministro, “é nossa responsabilidade coletiva acabar com este estado de coisas”. Apesar dos “interesses legítimos por vezes divergentes” dos Estados membros das Nações Unidas, Guterres deixou um apelo: “unamo-nos pela paz – esta é a exigência mais premente dos cidadãos do mundo que devemos servir.”

Apesar de não se ter referido aos mais recentes escândalos que envolveram as forças da ONU, como os abusos sexuais na República Centro-Africana e a epidemia de cólera no Haiti, Guterres urgiu os Estados membros a impedirem “comportamentos repugnantes danifiquem o heroísmo ao serviço das Nações Unidas”. O novo secretário-geral, cujo mandato terminará a 31 de dezembro de 2021, afirmou ter “um conhecimento profundo” das limitações do cargo e garantiu que vai trabalhar como “um convocador, um mediador, um construtor de pontes e um intermediário honesto para ajudar a encontrar soluções que beneficiem todos os envolvidos”.

Em prol da igualdade de género uma parte da comunidade internacional exigia que, pela primeira vez, uma mulher fosse nomeada para a liderança da ONU. O secretário geral voltou a ser um homem, mas Guterres não deixou de referir “os obstáculos que as mulheres enfrentam na sociedade, na família e no trabalho”, “a violência a que estão sujeitas” e garantiu que “a proteção e a capacitação das mulheres e das meninas vão continuar a ser uma prioridade” do seu mandato.

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