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Uma viagem pelo mundo em 2020 (4): a Europa ocidental e do norte

Na Europa ocidental, a maioria dos países atravessa momentos de alguma instabilidade política e social. Já os países nórdicos experimentaram, nos últimos atos eleitorais, uma viragem à esquerda,mas a extrema-direita continua forte. Por Jorge Martins
Em França, as reformas regressivas do presidente Macron continuam a suscitar grande resistência popular como mostra as manifestações contra a reforma das pensões - Manifestação em Paris em dezembro de 2019, foto de Ian Langsdon/Lusa/Epa
Em França, as reformas regressivas do presidente Macron continuam a suscitar grande resistência popular como mostra as manifestações contra a reforma das pensões - Manifestação em Paris em dezembro de 2019, foto de Ian Langsdon/Lusa/Epa

Europa Ocidental: Incertezas políticas no “coração” do continente

Na Europa ocidental, mais rica e onde se situa o centro nevrálgico da União Europeia (UE), a maioria dos países atravessa, por muitas e variadas razões, momentos de alguma instabilidade política e social.

Em França, as reformas regressivas do presidente Macron e do seu primeiro-ministro Édouard Philippe continuam a suscitar grande resistência popular. O descontentamento cada vez maior do país “profundo” face aos sucessivos aumentos de impostos, a par com perdas de rendimentos e de benefícios sociais, gerou, no final de 2018, a revolta dos “coletes amarelos”, movimento apartidário e inorgânico, que obrigou o presidente a recuar em grande parte das suas intenções.

Em França, as reformas regressivas de Macron continuam a suscitar grande resistência popular

Nas eleições europeias de maio, o RN, de Marine Le Pen, a líder da extrema-direita, foi o mais votado, com uma pequena vantagem sobre os centristas do partido “macronista” LREM. A subida dos Verdes, a deceção da France Insoumise (esquerda), a queda acentuada da direita clássica e a continuação da “apagada e vil tristeza” do PS foram outros destaques desse ato eleitoral, num quadro partidário bastante fragmentado. Apesar do progressivo esvaziamento dos “coletes amarelos”, Macron tem nova “dor de cabeça” pela frente, com a sua proposta de reforma regressiva do sistema de pensões, onde se destacam a alteração do seu sistema de cálculo e o aumento da idade da reforma. Esta suscitou, em dezembro, várias greves e manifestações, que quase paralisaram o país. Apesar de algumas cedências governamentais, estas não satisfazem os sindicatos, pelo que os protestos prometem continuar.

a Bélgica continua a braços com o seu problema existencial

Passando para o BENELUX, a Bélgica continua a braços com o seu problema existencial, que torna hercúlea a tarefa de formar um governo. As eleições gerais de 2019 ficaram marcadas pela subida do Vlaams Belang (VB), da extrema-direita nacionalista flamenga, à custa da mais moderada, embora igualmente nacionalista N-VA, de tendência nacional-conservadora, que se mantém como a maior formação política da Flandres.

Já os valões, que veem a sua região cada vez mais empobrecida, viraram à esquerda, com uma subida do Ecolo (verde) e do esquerdista PTB. Em todo o país, as formações políticas tradicionais (democrata-cristãos, liberais e socialistas) perderam votos, o que é um sintoma do descontentamento crescente que grassa no país. Como é habitual, o rei já nomeou vários mediadores, mas nenhum teve êxito, pelo que o país continua sem governo ao nível federal. Uma situação que não é inédita: após as eleições de junho de 2010, apenas se formou um novo executivo em dezembro de 2011, ou seja, 541 dias depois, um “record” mundial.

Na Holanda, o governo de centro-direita dispõe da escassa maioria de um lugar, num Parlamento onde estão representadas 13 forças políticas

Na vizinha Holanda, o governo de centro-direita, formado por liberais, social-liberais, democratas-cristãos e calvinistas moderados, dispõe da escassa maioria de um lugar, num Parlamento onde estão representadas 13 forças políticas, mas tem-se aguentado. O mal-estar com o modelo de tolerância cultural que vigorou no último meio século levou ao aumento do apoio ao partido de extrema-direita PVV, de Geert Wilders nas décadas recentes. Porém, nas últimas provinciais e europeias, este perdeu votos. Contudo, a maioria deles foi para o Fórum para a Democracia (FvD), da direita populista, igualmente anti-imigração e negacionista das alterações climáticas. Contudo, a preocupação com estas levou à subida dos verdes do GL e à consolidação dos animalistas do PvdD. Ao invés, o SP (esquerda radical), abalado por várias divergências internas, sofreu perdas significativas em ambas as eleições. Os partidos do “centrão” tendem a perder apoio, embora os trabalhistas do PvdA, após uma grave crise, tenham vindo a recuperar, tendo sido, inclusive, os mais votados nas últimas europeias. Mas, aí, pesou o facto de Frans Timmermans ser o candidato dos socialistas europeus à presidência da Comissão Europeia.

o Luxemburgo continua a ser uma enorme “lavandaria”

Já no Luxemburgo, a coligação de centro-esquerda (liberais, socialistas e verdes), liderada por Xavier Bettel, o primeiro chefe de governo do mundo assumidamente “gay” a ser reeleito, tem tomado algumas medidas progressistas. Mas, não nos enganemos: o país continua a ser uma enorme “lavandaria” e é isso que garante grande parte da sua prosperidade.

Seguimos para a Alemanha, a principal potência da UE, onde Merkel está de saída. A chanceler, que, para o bem e para o mal, marcou mais de uma década no país e na Europa, renunciou à liderança da CDU (União Democrata-Cristã) em 2018, embora se mantenha na chefia do governo, em princípio até 2021. Apesar de ter conseguido fazer eleger líder do partido a sua preferida, Annegret Kramp-Karrembauer (conhecida pelas iniciais AKK), o certo é que esta se tem revelado pouco carismática.

Os resultados eleitorais, tanto das eleições europeias como das últimas regionais, foram dececionantes e o partido continua a descer nas sondagens, pelo que não é garantido que chegue às próximas eleições gerais como candidata a chanceler.

face à maior fragmentação parlamentar e à saída anunciada de Merkel, a política alemã entrou numa era de incerteza

Mas o panorama dos social-democratas do SPD, seus parceiros de coligação, é ainda menos risonho. Após a hecatombe sofrida nas europeias, Andrea Nahles demitiu-se e uma nova liderança foi eleita em novembro de 2019. Os dois novos colíderes, Norbert Walter-Borjans e Saskia Esken, estão conotados com a ala esquerda do partido e são críticos da “grande coligação” com a direita, que consideram responsável pelo definhar do partido. Porém, este continua abaixo dos 15% nos inquéritos de opinião, pelo que, dadas as fracas perspetivas eleitorais, não lhe interessará provocar eleições antecipadas. Quem atravessa um bom momento são os Verdes, que surgem, nas sondagens, acima dos 20% e como a maior força política do país, à frente da CDU, que apenas os ultrapassa graças à união com os seus “irmãos” bávaros da CSU. Já a extrema-direita populista da AfD aparece, na maioria dos inquéritos, acima dos 15% e teve um excelente resultado nas regionais da Turíngia, no leste do país. Entretanto, a esquerda (Die Linke), atravessada por várias divergências internas, teve um mau resultado nas europeias e parece em perda, estando, nas sondagens, na casa dos 8%, valor idêntico ao dos liberais do FDP. Tudo isto mostra que, face à maior fragmentação parlamentar e à saída anunciada de Merkel, a política alemã entrou numa era de incerteza, substituindo a habitual estabilidade política que tanto agrada aos germânicos.

Na Áustria, após três meses de negociações, surgiu “fumo branco”, com uma improvável coligação entre o ÖVP e os Verdes, em que estes últimos aceitam as restrições à imigração defendidas pelos primeiros

Na Áustria, a coligação governamental entre os conservadores do ÖVP e a extrema-direita do FPÖ, que se caraterizou pela sua política de linha dura face à imigração e ao acolhimento de refugiados, colapsou pouco antes das europeias, após o chamado “Ibizagate”. Neste, o seu então líder, Heinz-Christian Strache, caiu numa armadilha jornalística, sendo visto num vídeo a aceitar dinheiro de um oligarca russo para tomar o controlo de alguns meios de comunicação social, num encontro realizado na ilha espanhola. Apesar de ter sido substituído pelo ex-candidato presidencial Norbert Hofer, o partido foi bastante penalizado, tanto nas europeias como nas legislativas antecipadas de setembro. Nestas, o ÖVP, liderado pelo jovem chanceler Sebastian Kurz, reforçou a sua posição como primeira força política do país. Os Verdes, que tinham perdido a representação parlamentar nas legislativas anteriores, tiveram uma forte subida, enquanto os liberais do NEOS também reforçaram a sua posição, mas sem lograrem fazer maioria com os conservadores. Ao invés, os social-democratas do SPÖ sofreram perdas acentuadas. Após três meses de negociações, surgiu “fumo branco”, com uma improvável coligação entre o ÖVP e os Verdes, em que estes últimos aceitam as restrições à imigração defendidas pelos primeiros, enquanto os conservadores se comprometem com a agenda ecologista do seu novo parceiro de governo.

o Reino Unido vai consumar o Brexit no final deste mês, após um ano em que o tema “eucaliptizou” a vida política britânica

Nas ilhas britânicas, o Reino Unido vai consumar o Brexit no final deste mês, após um ano em que o tema “eucaliptizou” a vida política britânica. O Parlamento “chumbou”, por quatro vezes, o acordo assinado entre a UE e a ex-primeira-ministra Theresa May, pela oposição conjugada da direita conservadora, fortemente eurocética, e do DUP, que representa os radicais protestantes da Irlanda do Norte e cujo apoio parlamentar era essencial para a sobrevivência do seu executivo, e das forças europeístas, partidárias da permanência (liberais-democratas, verdes, nacionalistas escoceses e galeses, unionistas moderados e republicanos da Irlanda do Norte, muitos trabalhistas e alguns conservadores). Os primeiros rejeitaram-no, em especial pelo mecanismo previsto para evitar a reposição de uma fronteira física entre a República irlandesa e a província britânica do norte da ilha, que poderia manter o país amarrado, ad eternum, às regras europeias e preferiam uma saída sem acordo; por sua vez, os segundos exigiam um novo referendo sobre a questão, alegando que, na consulta de 2016, os eleitores não tinham cabal conhecimento das consequências, para o país, do abandono da UE.

Após a demissão de May, as eleições internas dos conservadores deram uma expressiva vitória a Boris Johnson, ferrenho apoiante do Brexit. Muito mais hábil que a sua antecessora, conseguiu obter de Bruxelas algumas concessões, que lhe permitiram “vender” o novo acordo ao seu partido. Contudo, as dissidências fizeram-no perder a maioria no Parlamento e a proposta foi novamente rejeitada, embora por apenas dois votos. Para sair do impasse, nada mais restou que a convocação de eleições antecipadas. Estas conduziram a uma vitória de Johnson e dos conservadores, que aproveitaram bem o sistema eleitoral maioritário a uma volta e as divisões entre os trabalhistas. O seu líder, Jeremy Corbyn, da ala esquerda do partido, era um “brexitier” moderado, mas a maioria do partido era “remainer”. Por isso, adotou uma posição ambígua sobre o Brexit, que, numas eleições centradas no tema, lhe foram fatais. Com maioria absoluta em Westminster, Johnson já conseguiu o apoio parlamentar à sua proposta de saída da UE no próximo dia 31. Contudo, os problemas para o Reino Unido não terminaram: igualmente reforçados nas urnas, os nacionalistas escoceses, no poder em Edimburgo e favoráveis à permanência na UE, pretendem, a breve prazo, a realização de uma nova consulta sobre a independência. Também os republicanos nacionalistas irlandeses do Sinn Féin (SF) procurarão aproveitar a ocasião como oportunidade para a reunificação da Irlanda. O facto de haver setores protestantes “remainers”, que levaram à duplicação da votação no moderado e oficialmente interconfessional Partido da Aliança (AP), pode justificar essa esperança, embora tal não seja fácil, após anos de grande antagonismo entre as duas comunidades. No fundo, a verdade é que o reino continua desunido. E, caso a saída da UE se venha a revelar um desastre económico, é possível que se assista à sua desagregação, embora não pareça que esta venha a ocorrer já em 2020.

a Irlanda é o país que mais rapidamente recuperou da intervenção da “troika

Já a Irlanda, o país que mais rapidamente recuperou da intervenção da “troika”, no início da década, parece mover-se numa boa direção. Devido ao papel do catolicismo na construção da identidade irlandesa, o país foi sempre bastante conservador em matéria de costumes. Contudo, a sua crescente abertura ao exterior e o destapar da hipocrisia da influente Igreja Católica local, atravessada por escândalos de pedofilia e maus-tratos a menores nas suas instituições, mudou esse quadro. O atual primeiro-ministro, Leo Varadkar, de origem indiana e homossexual assumido, promoveu a realização de referendos visando a legalização do aborto e do casamento LGBT, que se saldaram por grandes triunfos do “sim”, o que mostra uma viragem progressista na opinião pública irlandesa. O chefe do executivo pertence ao liberal-conservador Fine Gael (FG) e lidera um governo minoritário, que beneficia do apoio de alguns independentes e da abstenção do maior partido da oposição, o conservador Fianna Fáil (FF). Nas europeias, o FG subiu e o FF desceu. À esquerda, o Sinn Féin (SF) da esquerda nacionalista, desceu, mas viu subir o grupo dos Independentes pela Mudança (I4C). Por seu turno, os Verdes cresceram e os trabalhistas continuaram a sua decadência, tendo-se ficado pelos 3%. Este ano haverá eleições gerais em abril e a maioria das sondagens mostra que essas tendências se mantem, embora algumas sejam mais favoráveis ao SF, ao FF e ao Labour e menos aos ecologistas e aos independentes. Mas tudo indica que não haverá grandes mudanças!

Europa do Norte: viragem à esquerda, mas a extrema-direita continua forte

Já os países nórdicos experimentaram, nos últimos atos eleitorais, uma viragem à esquerda. Contudo, apesar da sua prosperidade, a extrema-direita continua forte, embora a sua evolução eleitoral tenha variado nos três países em análise.

Na Dinamarca, a nova primeira-ministra mostrou-se favorável à manutenção de uma política restritiva em matéria de imigração e tem posições que se podem considerar islamofóbicas

Na Dinamarca, as eleições legislativas de junho saldaram-se pelo triunfo do centro-esquerda e a derrota de Lars Løkke Rasmussen, que chefiava um governo minoritário do seu partido liberal (V), apoiado no Parlamento por outras formações de centro-direita e do Partido do Povo Dinamarquês (DF), da extrema-direita populista, conhecido pelas suas medidas duras contra a imigração e os refugiados. À exceção do V, que subiu, todos os outros partidos apoiantes do seu governo sofreram um recuo eleitoral, mas o DF, que já havia sofrido uma forte quebra nas europeias, foi o grande derrotado, tendo perdido mais de metade dos votos recebidos quatro anos antes. Ao invés, à esquerda, verificaram-se importantes subidas dos social-liberais (RV) e dos socialistas populares (SF), enquanto os social-democratas (S) pouco subiram e a Aliança Verde-Vermelha (RG), da esquerda, desceu ligeiramente. Os S formaram um executivo igualmente minoritário, liderado por Mette Frederiksen, com o apoio parlamentar de várias forças de centro-esquerda e esquerda. Contudo, apesar de ser crítica da chamada “3ª via” e defensora de uma maior aposta no Estado Social e no reforço dos direitos laborais, a nova primeira-ministra, antiga sindicalista, mostrou-se favorável à manutenção de uma política restritiva em matéria de imigração, que associa à globalização neoliberal desregulada, e tem posições que se podem considerar islamofóbicas.

Na Suécia, centristas e liberais acabaram por aceitar apoiar, no Parlamento, um governo de coligação entre social-democratas e verdes

Na vizinha Suécia, o impasse gerado pelas eleições gerais de 2018 acabou por levar a uma solução governativa inédita. Até então, a política sueca caracterizava-se pela alternância entre dois blocos: o do centro-esquerda, constituído por social-democratas (S), verdes (MP) e Partido da Esquerda (V), e o de centro-direita (ou “burguês”), que incluía conservadores (M), centristas (C), liberais (L) e democrata-cristãos (KD). O crescimento do partido de extrema-direita Democratas Suecos (SD) inviabilizou a formação de uma maioria parlamentar de qualquer um deles. O “cordão sanitário” que todas as outras forças políticas colocaram à sua volta foi rompido por conservadores e democrata-cristãos, que apresentaram o nome do líder dos primeiros para primeiro-ministro, com o apoio dos SD. Só não passou porque centristas e liberais rejeitam integrar ou apoiar um executivo dependente do apoio da extrema-direita. Estes dois partidos acabaram por, em troca da assinatura de um acordo programático que acolhesse algumas das suas propostas, aceitar apoiar, no Parlamento, um governo de coligação entre social-democratas e verdes, dirigido pelo primeiro-ministro cessante, Stefan Löfven. Contudo, para a sua passagem, foi essencial a abstenção do V. Trata-se do governo mais fraco da história recente do país, mas, para já, vai-se aguentando. Contudo, os SD aparecem, nas sondagens mais recentes, em primeiro lugar, próximos dos 25%.

Na Finlândia, com a maioria dos partidos a recusar integrar um governo com o PS, acabou por ser formado um executivo espécie de “geringonça” alargada ao centro

Na Finlândia, as eleições de abril tiveram como resultado a derrota do primeiro-ministro, Juha Sipilä, do partido do Centro (KESK), que prosseguiu uma política de cariz acentuadamente neoliberal. Social-democratas (SDP), Partido dos Finlandeses (PS), da extrema-direita populista, e os conservadores da Coligação Nacional (KOK) foram os mais votados, ficando quase empatados, mas quedaram-se pela casa dos 17% dos votos. Os primeiros tiveram uma subida significativa, enquanto os dois restantes, apesar de terem ganho ambos um lugar, sofreram perdas residuais. Ao mesmo tempo, a Liga Verde (VIHR) e a Aliança de Esquerda (VAS) viram aumentar a sua representação parlamentar. Com a maioria dos partidos a recusar integrar um governo com o PS, acabou por ser formado um executivo, liderado pelo social-democrata Antti Riine, integrando SDP, KESK, VIHR, VAS e o liberal SFP, representante da minoria sueca, numa espécie de “geringonça” alargada ao centro. Em dezembro, após a sua condenação por ter organizado uma greve considerada ilegal contra a indústria papeleira, quando era advogado do sindicato, os centristas retiraram-lhe o apoio. Acabou por demitir-se, tendo sido substituído por Sanne Marin, que terá, alegadamente, defendido a ideia de uma semana de trabalho de quatro dias e 24 horas, embora, posteriormente, tivesse desmentido que a iria pôr em prática.

Artigo de Jorge Martins

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