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"Uma maioria absoluta tem de ser pressionada a partir de fora"

Na concentração da CGTP em frente ao Parlamento no dia final de votações do Orçamento, o deputado bloquista José Soeiro afirmou que é a mobilização social que vai fazer a diferença na luta contra o empobrecimento.
Concentração da CGTP em frente ao Parlamento. Foto Esquerda.net

Sob o lema "Mais salário! Melhores pensões! | Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos | Investir nos serviços públicos", a CGTP promoveu em frente à Assembleia da República uma concentração de protesto no dia da aprovação do Orçamento do Estado para 2023. E o deputado bloquista José Soeiro juntou-se às centenas de manifestantes para defender que este Orçamento "não responde aos trabalhadores".

"Quando todos os preços aumentam mais que os salários, isso significa um processo de empobrecimento, que é o que neste momento está em curso. Em 2023 os trabalhadores vão empobrecer e isso é uma forma de dificultar a vida das pessoas. António Costa faz uma escolha de comprimir salários ao mesmo tempo que acordou com os patrões uma série de benefícios fiscais às empresas. Isso é aumentar as desigualdades e o desequilíbrio de rendimento entre o capital e o trabalho, mais até do que no tempo da troika", afirmou o deputado do Bloco.

Soeiro defendeu ainda que era possível fazer em 2023 um aumento substancial do salário mínimo, tendo em conta o referencial da inflação, pois "há setores da economia com lucros como nunca tiveram e temos um salário mínimo que condena as pessoas à pobreza".

Quanto ao apoio de 125 euros pago aos trabalhadores em outubro, Soeiro afirma que "precisávamos de 125 euros a mais em cada salário", pois "não é uma medida isolada que permite compensar a perda que os trabalhadores tiveram este ano e terão no próximo ano".

Questionado pelos jornalistas sobre as perspetivas futuras do protesto social, Soeiro respondeu que "as vozes de protesto vão aumentar de tom à medida que as pessoas vão sentindo mais o agravamento das suas condições de vida". Para o deputado bloquista, "uma maioria absoluta tem de ser pressionada a partir de fora, dos protestos de rua, dos movimentos dos trabalhadores e dos movimentos sociais, é isso que vai ficar a diferença".

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