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“Um refugiado não é um terrorista”

Numa aula sobre direitos humanos, que deu aos alunos da Escola Secundária Eça de Queiroz, a candidata afirmou que “pôr-se no lugar do outro” era “um exercício fundamental”, sugerindo uma forma de olhar para as pessoas “mais humanista e menos de ameaça e de medo”.
Falou da história de Portugal para relembrar “as muitas vezes em que precisámos que nos acolhessem” para fugir a situações de dificuldade. “Quero acreditar que havemos de saber tratar dos outros como trataram de nós quando foi preciso” e esclareceu que “um refugiado não é um terrorista”, mesmo quando a frase contrária tem sido tão repetida ultimamente.
“Confunde-se refugiados com imigrantes e com terroristas. Fala-se de todas as categorias, menos a fundamental que é a de estas serem pessoas que procuram salvar as suas vidas. Se, ao menos, quando se fala da categoria de refugiados, se pusesse em prática aquilo que diz o direito internacional, relativamente à forma como devem ser tratados os refugiados, já não estava mal”, frisou. “O problema é que há uma conotação negativa e não se põe prática aquilo que é o cumprimento de uma obrigação”, disse, referindo-se ao Estatuto Internacional do Refugiado.
Marisa Matias considerou, ainda, que a crise humanitária que se vive na Europa é em parte uma “corresponsabilidade de todos os países europeus” e sublinhou que são “os direitos humanos e o valor da vida” que devem fundar o projeto europeu.
Em declarações à Lusa, a candidata presidencial falou ainda do debate em torno da composição do Conselho de Estado, tendo esclarecido que “o Presidente da República não tem de escolher as pessoas que representam ou que estão representadas no Conselho de Estado, que dizem respeito aos [outros] órgãos que têm responsabilidade de fazer essa escolha”. Lembrou, contudo, que o Presidente “pode escolher alguns membros, mas se a pluralidade não estiver garantida, acho que é uma obrigação garanti-la”.
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