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Tsipras acusa Martin Schulz de “retórica ao estilo da guerra fria”

O candidato do Partido da Esquerda Europeia à presidência da Comissão reagiu às declarações do candidato socialista, que defendeu que Bruxelas deve repensar a relação com a Rússia após a anexação da Crimeia.
Alexis Tsipras é o candidato do Partido da Esquerda Europeia à presidência da Comissão Europeia.

Alexis Tsipras expressou a sua preocupação com a situação na Ucrânia e criticou os apelos a políticas europeias do tempo da guerra fria feitos pelo atual líder do Parlamento Europeu, Martin Shulz. Em declarações à Euronews, o candidato apoiado pelo Partido Socialista Europeu à presidência da Comissão Europeia defendeu que a Rússia violou a lei internacional, pelo que Bruxelas deve repensar as suas relações com Moscovo e a Política comum de vizinhança.

Para Alexis Tsipras, as declarações de Schulz são “irresponsáveis” e vêm no seguimento dos sinais políticos ao estilo da guerra fria que Bruxelas tem dado no contexto da crise na Ucrãnia. O líder do Syriza disse estar comprometido com o respeito pela lei internacional e que a única solução para a crise na Ucrânia passa pela negociação pacífica e pela cooperação. “A retórica hostil e as ameaças mútuas colocam sérios riscos ao futuro da Europa”, disse o candidato do Partido da Esquerda Europeia à sucessão de Durão Barroso após as europeias de maio.

O líder da esquerda grega lembrou ainda as consequências graves da invasão turca do Chipre ou do desmembramento da Jugoslávia há pouco mais de 20 anos para concluir que as catástrofes acontecem quando se usa a força em vez da diplomacia. Tsipras também se referiu à presença de neonazis e da extrema-direita no governo de Kiev, recordando as sanções que a União Europeia impôs à Áustria quando Jörg Haider entrou no governo.

Tsipras aproveitou ainda para aconselhar Martin Schulz a preferir os valores da social-democracia do pós-guerra à retórica da Guerrra Fria, sem deixar de o criticar por ter escolhido a abordagem política da chanceler Merkel - com que está coligado no seu país natal - em vez da tradição do SPD iniciada por Willy Brandt.

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