You are here
Trump deu ordem para atacar Irão mas recuou

Depois de na quinta-feira um avião não tripulado norte-americano com o valor de 130 milhões de dólares ter sido abatido, a troca de acusações entre os governos dos EUA e do Irão subiu outra vez de tom. O Irão declarou que o ataque foi feito no interior do seu espaço aéreo e prometeu levar provas da infração americana às Nações Unidas. Trump jurou o contrário: que o abate tinha sido em águas internacionais e ao mesmo tempo desvalorizou o ataque, dizendo que tinha sido obra de alguém “estúpido” dentro do exército iraniano e avançando a hipótese de não ter sido um disparo intencional, deixou uma ameaça velada respondendo a uma pergunta de um jornalista que “descobrirão rapidamente” a resposta dos EUA.
Esta sexta-feira percebe-se que estas consequências poderiam incluir um ataque de retaliação que não chegou a realizar-se porque o presidente acabou por cancelar o ataque à última da hora.
De acordo com o que foi avançado pelo New York Times, os alvos seriam sobretudo radares e plataformas de lançamento de mísseis e o ataque deveria ter acontecido na madrugada desta sexta-feira. Um alto quadro da administração norte-americana revela que os aviões estavam já no ar e os barcos em posição de ataque quando chegou a ordem de cancelamento.
A mesma fonte não esclareceu se os ataques ao Irão ainda vão avançar ou porque o cancelamento de última hora aconteceu.
A Associated Press também cita uma fonte da Administração para confirmar que a ordem e o seu cancelamento existiram e acrescentar que os ataques teriam sido recomendados pelo Pentágono. A linha dura do regime, representada por Pompeo e Bolton, por exemplo, tem pressionado para uma política mais agressiva contra o Irão.
Irão diz que EUA queriam negociar na iminência do ataque e que recusaram
Pouco depois desta revelação ter sido feita e da mesma forma, através de declarações anónimas de quadros importantes do Estado aos órgãos de comunicação social, fontes iranianas fizeram saber à Reuter que os EUA avisaram, através de Omã, que um ataque estaria eminente e pediram negociações.
A suposta mensagem teria chegado através do próprio Donald Trump que terá dito que “era contra qualquer guerra com o Irão e queria falar com Teerão sobre vários assuntos”. O presidente norte-americano terá acrescentado que daria “um curto período de tempo” para haver uma resposta. Esta fonte acrescenta que a resposta terá sido imediata: “é o Líder Supremo Khamenei” que “deve decidir sobre este assunto”.
E um segundo dirigente iraniano, à mesma fonte e também de forma anónima, terá esclarecido que “deixámos claro que o líder é contra quaisquer conversações” e que “qualquer ataque contra o Irão terá consequências regionais e internacionais”.
Add new comment