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Trump ameaça retirar direito à cidadania a filhos de imigrantes nascidos nos EUA
A ameaça foi deixada por Donald Trump numa entrevista televisiva e provocou uma onda de contestação até entre altos responsáveis do Partido Republicano. Foi o caso de Paul Ryan, o líder parlamentar do partido de Trump, que afirmou que “não se pode acabar com o direito de cidadania com uma ordem executiva”. Esta quarta-feira, a menos de uma semana das eleições intercalares nos EUA, Trump não o deixou sem resposta, dizendo que Ryan “devia concentrar-se em segurar a maioria, em vez de dar opiniões sobre o direito de cidadania à nascença, assunto do qual não percebe nada!”
Ao lado de Ryan está a maioria dos constitucionalistas, que entende que o direito de cidadania a quem nasça nos EUA está garantido pela 14ª Emenda, pelo que seria necessária a aprovação de nova emenda constitucional para limitar esse direito, o que requer dois terços dos votos na Câmara dos Representantes e no Senado.
Trump responde que não é essa a opinião dos seus conselheiros jurídicos e que está disposto a acabar com esse direito “de uma maneira ou de outra” e que a decisão final será do Supremo Tribunal.
So-called Birthright Citizenship, which costs our Country billions of dollars and is very unfair to our citizens, will be ended one way or the other. It is not covered by the 14th Amendment because of the words “subject to the jurisdiction thereof.” Many legal scholars agree.....
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 31 de outubro de 2018
Nas últimas semanas, Donald Trump tem radicalizado o seu discurso anti-imigração, a propósito da caravana de migrantes que fogem da miséria e da violência em vários países da América Central. O presidente dos EUA já ameaçou mandar o exército para barrar os migrantes na fronteira sul do país, acusando-os de serem criminosos e até de integrarem alguns terroristas, acusações que ficaram por provar.
Our military is being mobilized at the Southern Border. Many more troops coming. We will NOT let these Caravans, which are also made up of some very bad thugs and gang members, into the U.S. Our Border is sacred, must come in legally. TURN AROUND!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 31 de outubro de 2018
Desta vez, Trump aponta o dedo às crianças nascidas nos EUA, filhas de pais imigrantes que permanecem sem documentos no país. O direito da cidadania à nascença “custa ao nosso país milhares de milhões de dólares”, diz Donald Trump para defender a sua nova bandeira de ataque aos imigrantes.
“Isto é um atentado inteiramente inconstitucional para agitar a retórica incendiária de ódio contra os imigrantes a alguns dias das eleições”, acusa a histórica organização de defesa dos direitos civis ACLU, acrescentando que “não se pode apagar a Constituição por decreto”.
Esto es un atentado plenamente anticonstitucional para agitar la retórica incendiaria de odio contra los inmigrantes días antes de las elecciones.
La Enmienda 14 garantiza la ciudadanía claramente. No se puede borrar la Constitución por orden ejecutiva, @realDonaldTrump. https://t.co/8vGkjODqkc
— ACLU (@ACLU) 30 de outubro de 2018
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