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"Troika foi unânime quanto ao corte definitivo dos salários"

No fim da reunião entre deputados e representantes da troika, Luís Fazenda resumiu o encontro, sublinhando a convicção do FMI, BCE e Comissão Europeia de que "o pós-troika tem muitos anos" de empobrecimento pela frente.
Subir Lall e Albert Jaeger, do FMI, Sean Berringan da Comissão Europeia e Isabel Vansteenkiste, do BCE, foram dizer aos deputados que esperam ainda mais cortes salariais nos próximos anos em Portugal. Foto Migeul A. Lopes/Lusa

"Foram unânimes em considerar que o ‘pós-troika' tem muitos anos. São muitos anos para continuar o ajustamento da economia portuguesa e, portanto, não devem ser diminuídos os sacrifícios que o ajustamento tem imposto", declarou Luís Fazenda aos jornalistas no fim do encontro com os emissários da troika a Portugal, no âmbito da 11.ª avaliação do memorando assinado com o PS, PSD e CDS.

No entender dos representantes da Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, os cortes nos salários e pensões não são apenas para manter no futuro, como devem ser ainda mais agravados. "Aquilo que o Governo português alega junto do Tribunal Constitucional (TC) - que está a apreciar o Orçamento do Estado para 2014 -, de que os cortes salariais na função pública e nas pensões são temporários, na ótica da ‘troika, eles são adquiridos e insuficientes, permanentes e pouco", afirmou o deputado bloquista.

"Querem muitíssimo mais vincar essa necessidade de redução dos salários e das pensões. Para a missão externa, esses cortes são definitivos e, aliás, ainda insuficientes para aquilo que chamam ajustamento da economia portuguesa", acrescentou Luís Fazenda, antes de sugerir que seja enviada ao Tribunal Constitucional a troca de correspondência entre o Governo e a troika. "Há aqui alguém que anda a enganar alguém, acerca das medidas de ajustamento, sua provisoriedade, serem temporárias ou não", concluiu Fazenda.

Para além da permanência dos cortes no rendimento dos trabalhadores e pensionistas, Luís Fazenda ouviu outras sugestões da troika para o futuro de Portugal, como "a flexibilização do mercado laboral, o abaixamento dos salários no sector privado e contenção no sector público".

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