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Tratado Orçamental é incompatível com escola e saúde públicas

Marisa Matias lembrou, num debate presidencial na TVI24, que “estamos numa eleição para Presidente da República e passa-se o tempo a discutir as regras do tratado orçamental quando devíamos estar a discutir as regras da constituição”. Para a candidata “se houver conflito vale a Constituição da República”.
Foto de Paulete Matos

No segundo dia de debates presidenciais, que colocou frente-a-frente, este sábado, Marisa Matias e Paulo Morais, quando questionada sobre a compatibilidade do Tratado Orçamental com os compromissos assumidos por Portugal, a candidata lembrou que “se há compromissos europeus que se sobrepõem à nossa lei fundamental o que tem que valer é a nossa lei fundamental”, e lembrou que “não se pode mesmo cumprir o Tratado Orçamental e ter escola pública, universal e de qualidade, igualitária para todos” e “serviço nacional de saúde (SNS) para todos”.

 “O Tratado Orçamental representa mais 20 anos de cortes no SNS, com os custos que tem tido para a vida e para a estabilidade das pessoas”, lembrou Marisa Matias, que explicou que “quando estamos a falar destas questões, estamos a falar de um sistema que permite que três mil milhões de euros [agora injetados no BANIF] não sejam contabilizados no défice, mas o investimento de três mil milhões de euros na saúde pública, que salva vidas” já é. “É nesse sentido que há contradição profunda”, rematou.

"Só em Portugal é que foram sempre os contribuintes a pagar a fatura"

Sobre a solução encontrada para o BANIF, a candidata reafirmou que “não poderia nunca, de maneira nenhuma, assinar de cruz mais três mil milhões de dinheiro dos trabalhadores, dinheiro dos nossos impostos, de toda a gente, mais uma vez para o setor financeiro”, e “entregar ao setor privado um banco limpo por dinheiro dos contribuintes”. Esclareceu que em nenhum outro país da União Europeia tivemos resoluções como as que tivemos em Portugal, que foi o único país em que foram sempre os contribuintes a pagar a fatura”. Para Marisa “precisamos de quebrar este ciclo, e a forma de o quebrar é ter alguém que, dentro das suas competências, respeite com lealdade e cooperação aquilo que é a vontade do povo português” e que garanta que não há mais três mil milhões euros de dinheiro dos contribuintes a serem injetados na banca, porque foi o que faltou no SNS.

"Se for eleita Presidente da República serei intransigente em relação à corrupção"

A candidata abordou, ainda, aquela que é a bandeira do candidato Paulo Morais - o combate à corrupção - ao afirmar que "a corrupção mina a democracia", a nossa capacidade de viver em conjunto, e de termos direitos iguais, mas, mesmo respeitando a luta do candidato Paulo Morais, não partilhou da mesma leitura, ao entender que “quando se coloca tudo, ou todos, no saco dos corruptos estamos a fazer um favor aos corruptos, porque não é tudo igual”. Lembrou que o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda, partido que apoia a sua candidatura, tem sido dos mais ativos na apresentação de propostas no sentido de combater a corrupção, lembrou o seu próprio percurso no Parlamento Europeu, onde é Vice-Presidente de uma comissão especial para averiguar questões como o combate à fraude e evasão fiscal, e concluiu esclarecendo que “se for eleita Presidente da República serei intransigente em relação à corrupção”.

Veja aqui o debate na íntegra:

 
Debate com Paulo Morais

O debate com Paulo Morais, esta noite, na TVI24.#presidenciais2016 #marisa2016

Posted by Marisa Matias on Saturday, 2 January 2016

Termos relacionados Marisa 2016, Política
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