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Trabalhadores “enterram” precariedade e baixos salários

Pás para “enterrar” a precariedade laboral e os baixos salários foram hoje expostas numa ação simbólica de protesto da Fectrans e da União de Sindicatos de Lisboa (USL) junto à residência oficial do primeiro-ministro, onde foi entregue uma moção.
Foto de Inácio Rosa/Lusa

Intitulada “Pás para o enterro da precariedade e dos baixos salários”, a moção destinada ao primeiro-ministro começa por recordar as palavras de António Costa nas comemorações do 1º de Maio, quando este assumiu o compromisso do combate à precariedade laboral, que classificou como "essencial para repor a dignidade do ser humano” nas relações de trabalho.

Além de algumas pás presas ao gradeamento da polícia, colocado junto à residência oficial, os manifestantes mostravam cartazes com a imagem de uma pá preta destinada a enterrar vários tipos de precariedade laboral, como dizem estar a acontecer nos aeroportos, nos call centers, no trabalho temporário ou no trabalho em dias feriados sem ser pago.

José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans) qualificou a precariedade laboral como “um flagelo” na sociedade, que se reflete nos baixos salários, assédio moral, ou contratos a prazo, à peça e à hora, uma realidade que o sindicalista diz resultar da política “dos últimos anos".

À espera de um sinal do Estado

“Estamos de acordo com o primeiro-ministro, mas é necessário passar das palavras aos atos, é preciso enterrar a precariedade, daí as pás para enterrar este modelo”, disse à Lusa José Manuel Oliveira.

Neste protesto participaram ainda trabalhadores de vários setores, afetados pela precariedade, como dos aeroportos e comunicações, embora os portos, correios e até a administração local tenham sido visadas nos cartazes de protesto.

“Se o Estado der esse sinal nas empresas de que é responsável, isso também é um sinal para a sociedade e empresas privadas de que têm de inverter caminho”, disse o responsável da Fectrans, tendo acrescentado que “a precariedade é transversal na sociedade, quer sejam empresas públicas ou privadas, quer seja um trabalhador mais jovem ou menos jovem”.

José Manuel Oliveira chamou ainda a atenção para a importância de uma inspeção de trabalho eficaz tendo afirmado a este propósito que “é preciso pôr na legislação do trabalho penalizações fortes que levem as empresas a cumprir a lei e a deixarem de fazer o que fazem hoje, que é “mais vale pagar coima do que cumprir a lei”.

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