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Trabalhadores do Económico em greve
As pessoas que trabalham no “Diário Económico” fazem, nesta quinta-feira 10 de março, 24 horas de greve, reivindicando o pagamento dos salários em atraso e apontando: “é possível assegurar a continuidade desta empresa e evitar mais um passo no empobrecimento da paisagem audiovisual portuguesa”. No Diário Económico, incluindo televisão e jornal, trabalham cerca de 138 pessoas.
A direção editorial, que apresentou a demissão na passada terça-feira, informou que até às 24 horas o site do jornal não será atualizado e amanhã, sexta-feira, não haverá edição em papel.
Os trabalhadores do Económico divulgaram uma “carta aberta à sociedade civil” e receberam a solidariedade do Sindicato dos Jornalistas. O deputado Jorge Campos do Bloco de Esquerda visitou os trabalhadores, manifestando-lhes também a sua solidariedade.
Em declarações à agência Lusa, o delegado sindical e membro da Comissão Instaladora da Comissão de Trabalhadores do Diário Económico Paulo Jorge Pereira declarou:
“Há um processo de venda, que por esta ou por outra razão, acabou por não vingar, mas há possibilidade de entre o tecido empresarial português, por exemplo, investidores poderem unir-se e avançarem com uma proposta de compra do jornal”.
“Os trabalhadores têm assegurado a continuidade do projeto e estão disponíveis para assegurar a continuidade e a sua viabilidade, desde que sejam respeitados os seu direitos elementares e a partir do momento em que haja uma proposta viável, a empresa tem todas as condições para regressar à normalidade do funcionamento de todos os dias”, destaca Paulo Pereira.
Sindicato dos Jornalistas afirma que faz seu o apelo dos trabalhadores do Económico, “no sentido de que cada português possa compreender o exercício de cidadania, reforço do pluralismo e da democracia que representa a existência de uma multiplicidade de meios de comunicação”
O delegado sindical salienta que ter mais meios de comunicação social em Portugal não é mau, é bom, porque nos ajuda a ter uma sociedade mais pluralista, mais democrática e a defender a liberdade de expressão" e realça que “apesar da violação de que são alvo” em relação "a um direito elementar", os trabalhadores “têm assegurado o regular funcionamento da empresa”.
A greve de 24 horas foi convocada na semana passada, tendo os trabalhadores esclarecido que ela seria desconvocada ou suspensa assim que fossem pagos os salários de janeiro.
Na passada terça-feira, a direção editorial - composta pelo diretor, Raul Vaz, e pelos subdiretores Bruno Faria Lopes, Francisco Ferreira da Silva e Tiago Freire – demitiu-se e divulgou uma carta de demissão enviada à administração, onde afirmam que, na "sequência da comunicação de 23 de fevereiro, e na ausência de soluções para os constrangimentos às condições de trabalho no Económico então reportadas, a direção editorial apresenta a sua demissão".
"Naturalmente, e no espírito construtivo que sempre a moveu, a direção está disponível para assegurar o normal funcionamento do jornal, televisão e 'site', aguardando que a administração tome, o mais depressa possível, as decisões relativas ao futuro da direção do Económico", acrescentam ainda.
No seu site, o Sindicato dos Jornalistas afirma que faz seu o apelo dos trabalhadores do Económico, “no sentido de que cada português possa compreender o exercício de cidadania, reforço do pluralismo e da democracia que representa a existência de uma multiplicidade de meios de comunicação”.
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