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Trabalhadores de apoio hospitalar em greve por melhores salários

A paralisação no Serviço de Utilização Comum dos Hospitais está a ter uma adesão próxima dos 100% na área da alimentação. Trabalhadores queixam-se de serem equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não para o benefício de direitos.
Manifestação de trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH)
Manifestação de trabalhadores do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) junto à Assembleia da República, Lisboa, 14 de dezembro de 2020. Foto Manuel de Almeida/Lusa

A greve na empresa que gere serviços nos hospitais públicos faz parte da luta dos trabalhadores do SUCH para responder “à intransigência da administração em melhorar as condições de vida e de trabalho”, disse à agência Lusa Francisco Figueiredo, da Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (FESAHT).

Segundo a federação sindical, a paralisação desta segunda-feira conta com uma adesão a nível nacional próxima dos 100% na área da alimentação e entre 50%  a 70% nas áreas dos resíduos, da manutenção, das rouparias e lavandarias.

“Estão a ser garantidos os serviços mínimos aos doentes acamados nos hospitais. Aqui na cantina do Hospital de São João, no Porto, assim como noutros hospitais a nível nacional, não estão a ser servidas refeições aos médicos, aos enfermeiros e demais funcionários”, disse o dirigente sindical.

A administração do SUCH recusou aumentos salariais em 2020 e este ano “deu um aumento miserável aos trabalhadores e está a arrastar o processo negocial até hoje”, prosseguiu Francisco Figueiredo, sublinhando que mais de 90% destes trabalhadores recebem “praticamente o salário mínimo nacional”.

A FESAHT denuncia que estes trabalhadores “foram o parente pobre durante esta pandemia, apesar de estarem nos hospitais e com ligação aos doentes, nomeadamente com covid, eles não tiveram a mesma proteção nos equipamentos, nos testes e, até agora, ainda há muitos trabalhadores do SUCH que não tomaram a vacina”. Em resumo, "são equiparados aos trabalhadores da saúde para cumprimento de deveres, mas não são equiparados aos trabalhadores da saúde para beneficiar de direitos”, resumiu.

“Não é aceitável que as administrações dos hospitais e o Governo se aproveitem para garantir uma boa qualidade de serviço a baixo custo. Têm que igualar as condições de trabalho”, defende o sindicalista, queixando-se de discriminação que estes trabalhadores estão a ser vítimas em relação aos demais funcionários dos hospitais, “desde logo no horário de trabalho e nas condições de trabalho”.

Além dos aumentos salariais, os trabalhadores do SUCH reivindicam a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais, a atualização do subsídio de alimentação, a criação de um regime de diuturnidades e o reforço dos quadros de pessoal, além da melhoria das condições de trabalho, das instalações e dos equipamentos.

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