You are here

Trabalhadores da RTP denunciam contratações externas para Direção de Informação

A Comissão de Trabalhadores da RTP considera um “escândalo sem fim” as contratações “de luxo” de jornalistas externos à estação pública para cargos de direção.
Trabalhadores da RTP denunciam contratação de jornalistas externos para Direção de Informação
Foto de Paulete Matos.

A Comissão de Trabalhadores da RTP qualifica como “escândalo sem fim” a contratação de duas jornalistas externas para a Direção de Informação.

Em comunicado, os representantes dos trabalhadores afirmam que “não cabe a esta comissão pronunciar-se sobre as escolhas legítimas da diretora de informação ou sobre as capacidades das jornalistas agora contratadas, sobre as quais nada temos a dizer, mas cabe considerar que a validação destas contratações de luxo pela administração da RTP é um escândalo sem fim”. A Comissão de Trabalhadores afirma ainda que o presidente da estação “não tem capacidade” para continuar no cargo.

Segundo o confirmado à agência Lusa por uma fonte oficial da RTP, as jornalistas Cândida Pinto, da SIC, e Helena Garrido, que foi diretora do Jornal de Negócios, irão integrar a nova direção da estação pública.

“Numa empresa onde os trabalhadores já ultrapassam os dez anos sem qualquer atualização salarial e que se recusa a reconhecer a justiça para centenas e centenas de trabalhadores precários, muitos deles jornalistas, o seu presidente considera absolutamente normal contratar mais celebridades e insultar, na cara, cada um dos trabalhadores a seu cargo”, frisa o comunicado.

As jornalistas Cândida Pinto e Helena Garrido passarão a ser diretoras-adjuntas da estrutura liderada por Maria Flor Pedroso, que foi nomeada diretora no dia 12 de outubro, na sequência da saída de Paulo Dentinho, tendo a aprovação da nomeação sido anunciada pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social no dia 18 desse mês. Como adjuntos mantêm-se António José Teixeira e Hugo Gilberto (no Porto).

Reconhecendo que a diretora de informação “tem toda a legitimidade para propor a contratação de quem quiser”, os trabalhadores consideram que “este Conselho de Administração, e nomeadamente o seu presidente, não tem, nem a moral, nem legitimidade para aceitar essas contratações”.

“Ao fazê-lo revela que não tem a mínima capacidade para continuar à frente dos destinos da empresa nesta fase conturbada da sua história”, acrescenta o comunicado no qual se pede uma “imediata intervenção” do Governo na empresa.

“Os trabalhadores da empresa aguardam justiça e aguardam que o Governo acorde finalmente do ‘Síndrome de Estocolmo’ em que se encontra, para resolver o ‘caso RTP’. É inaceitável que uma administração de uma empresa pública, que não cumpre decisões judiciais para integração nos quadros, peça agora exceções ministeriais para estas contratações. É ainda mais inaceitável se viermos a perceber que temos um Governo em Portugal que aceita passivamente esta pouca-vergonha”, conclui.

Termos relacionados Sociedade
(...)