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Trabalhadores da Randstad iniciaram greve este domingo

Trabalhadores dos call centers de empresas como a EDP e a MEO lutam pelo fim da precariedade, melhores condições de trabalho e aumentos salariais. Paralisação estende-se aos dias 25, 26 e 31 de dezembro e 1 e 2 de janeiro.
Foto do facebook da Comissão Sindical SIESI/Randstad.

Em comunicado, o Sindicato das Indústrias Elétricas do Sul e Ilhas (SIESI) lembra que na Randstad, que conta com 586 mil euros de lucro, os trabalhadores "merecem, na esmagadora maioria, apenas o salário mínimo nacional”. De acordo com a estrutura sindical, muitos trabalhadores mantêm-se nesta situação há praticamente duas décadas.

O SIESI refere ainda que a empresa atribuiu somente 1 euro de aumento salarial em 2016 a uma boa parte dos trabalhadores, e que voltou atrás numa negociação “em 0,50€ de aumento do subsídio de alimentação em troca de 1,41% de aumento no salário, o que representa um valor mensal inferior”. 

“Fazemos greve porque a nossa dignidade vale mais e prestamos serviços para empresas que ganham milhões com a nossa escravidão secular”, lê-se no comunicado, que assinala que “a Randstad não produz, explora e não redistribui o lucro por quem lhes enche os cofres".

Ler também: Greve dos trabalhadores da Ranstad

No pré-aviso de greve entregue pelo SIESI, datado de 14 de novembro de 2017, os trabalhadores reivindicam ainda o “fim da instabilidade e da tentativa de extinção/deslocalização de postos de trabalho, ações que se inscrevem numa estratégia de recurso a empresas de prestação serviços, com o único objetivo de, através da precarização dos postos e condições de trabalho dos trabalhadores que prestam um serviço imprescindível à atividade e obrigações das empresas que a elas recorrem (EDP, Vodafone, PT/Meo, Nos, Nestlé , L’óreal, etc), aumentarem os seus lucros em milhões”.

A greve visa ainda “a reposição do pagamento em regime de trabalho suplementar para os trabalhadores que sofreram corte do pagamento da prestação em dias de feriado”, “o cumprimento da lei nas matérias laborais”, e "o fim da coação e do assédio" antes e depois da realização das greves.

Randstad recusa-se a elaborar escala de feriados

Em comunicado, datado de 19 de dezembro, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT) denuncia que, na reunião do dia 22 de novembro, a Randstad “recusou-se a elaborar uma escala de feriados, de natal e fim de ano”, pelo que os trabalhadores em plenário decidiram entrar em greve a partir deste domingo.

A paralisação abrange todos os trabalhadores da Randstad do setor das comunicações e telecomunicações independentemente do operador onde estão a trabalhar.

Forte adesão à greve

Ana Romão, do SIESI, afirmou, em declarações à agência Lusa, que a adesão à greve este domingo foi “da ordem dos 90%” no call center da EDP, onde se encontram cerca de 1.500 trabalhadores da Randstad, e no da NOS, onde trabalham perto de 500.

Já Vítor Narciso, dirigente do SNTCT, que representa trabalhadores da Ranstad nos call centers da MEO e da NOS em Lisboa, frisou que a adesão ao protesto foi de 50%.

“A greve está com uma boa adesão, da ordem dos 50%, entre os cerca de 610 trabalhadores que estão nos edifícios da MEO e da NOS, em Lisboa”, adiantou.

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