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Trabalhadoras da limpeza promovem “maior manifestação dos últimos 40 anos”

Esta sexta-feira, as trabalhadoras e os trabalhadores da limpeza industrial promoveram um dia de luta nacional em defesa dos seus direitos e do Contrato Coletivo de Trabalho do setor, realizando uma greve de 24h e aquela que, segundo a CGTP, foi a maior manifestação do setor dos últimos 40 anos.

Cerca de 2 mil trabalhadores do setor da limpeza industrial exigiram “dignidade” e “respeito”, concentrando-se em frente à sede da associação patronal, a Associação Portuguesa de Facility Services (APFS), após terem desfilado desde o Parque Eduardo VII, em Lisboa.

De acordo com o secretário-geral da CGTP, citado pela agência Lusa, foi a “maior manifestação dos últimos 40 anos dos trabalhadores da limpeza”.

Arménio Carlos sublinhou que os trabalhadores contestam o “comportamento inadmissível da associação patronal, que se recusa há muitos anos a negociar a respetiva contratação coletiva”.

O Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD), que convocou o protesto, acusa a associação patronal de bloquear a negociação da revisão do contrato coletivo, por forma a fazê-lo caducar.

Os trabalhadores das limpezas industriais, que, na sua grande maioria, auferem o salário mínimo nacional (580 euros), reivindicam o aumento dos salários para um mínimo de 600 euros, retroativo a janeiro, e a manutenção de direitos como o subsídio de trabalho noturno ou ao domingo. Os trabalhadores querem ainda ver aumentado o subsídio de refeição de 1,80 euros para cinco euros por dia.

Segundo Vivalda Silva, dirigente do STAD, no setor existem quase 40 mil trabalhadores, na maioria mulheres. Destes, 70% trabalham a tempo parcial para uma empresa prestadora de serviços de limpeza que tem contratos com várias instituições públicas.

O sindicato avança que a greve, que teve uma adesão “entre 60% a 70% nos grandes locais de trabalho” e a manifestação foram convocados depois de a APFS ter abandonado as negociações da revisão do contrato coletivo. Já a entidade patronal retribui as acusações e avança que o contrato coletivo já está caducado.

Conforma avança o Público na sua reportagem sobre o protesto, as trabalhadoras e os trabalhadores da limpeza industrial denunciam ainda os vários atropelos aos seus direitos, nomeadamente horários repartidos, descontos no salário por causa de atrasos de minutos, desrespeito pela compensação por trabalho ao domingo.

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