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“Temos de acabar com as leis que facilitam o planeamento fiscal”

Em vez de aumentar a carga fiscal sobre as empresas, Catarina Martins defendeu nos Açores que é preciso evitar o planeamento fiscal e assim “obrigar os grandes grupos económicos a pagarem os impostos que devem pagar em Portugal”.
Foto Paulete Matos.

Questionada pelos jornalistas sobre a garantia do primeiro-ministro de que não iria aumentar os impostos sobre as empresas no Orçamento do Estado para 2017, Catarina Martins afirmou que “o problema não é a carga fiscal, são as regras”.

“Hoje temos regras que permite às grandes empresas o chamado ‘planeamento fiscal’ que não é mais nem menos que uma evasão fiscal consentida, ao mesmo tempo que as pequenas empresas têm obrigações tremendas, para as quais muitas vezes não conseguem responder”, como os adiantamentos de impostos e outras despesas com entraves burocráticos.

Nesse sentido, prosseguiu a coordenadora do Bloco, há que “evitar o planeamento fiscal e obrigar os grandes grupos económicos a pagarem os impostos que devem pagar em Portugal, por um lado, e por outro lado acabar com obrigações que são grandes demais para empresas pequenas, e que muitas vezes são um problema para a economia”.

Este Orçamento do Estado deve prosseguir a política de “maior justiça fiscal, para que quem ganha mais pague o que deve e quem ganha menos não seja tão sacrificado”, concluiu, sublinhando que o problema do pais não é o de existir uma carga fiscal exagerada ou muito pequena para as empresas: “Temos um problema, sim: o dos grandes grupos económicos não pagarem o que devem, porque há uma legislação que facilita o planeamento fiscal e temos de acabar com ela”.

Aposta na diferenciação pela qualidade tem de ser o futuro dos laticínios açorianos

Catarina Martins visitou a União das Cooperativas Agrícolas de Laticínios e de Produtores de leite dos Açores, um setor agora ameaçado pelo fim das quotas de produção. Acompanhada pela cabeça de lista e vários candidatos às eleições regionais pelo círculo de São Miguel, a visita serviu para destacar as propostas que o Bloco tem apresentado para o setor: exigência de regulação a nível europeu, regras claras para a grande distribuição que esmaga os preços pagos aos produtores e aposta na diferenciação dos laticínios açorianos pela qualidade.

Zuraida Soares fez um balanço negativo das políticas regionais para a agricultura. “Têm sido mal concebidas e mal direcionadas”, afirmou a candidata bloquista às eleições do próximo domingo. “Quando todos reconhecermos que aquilo que temos para vender ao mundo é a diferenciação dos nossos produtos pela qualidade única das nossas forragens e pastagens, e não pelas rações importadas dos EUA, aí teremos um leite diferenciado, valorizado e bem pago nos mercados, o que fará dos Açores uma Região de referência”, defendeu Zuraida Soares.
 

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