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Temer decreta abertura à exploração mineira em reserva na Amazónia
Esta quarta-feira, o presidente brasileiro assinou um decreto para extinguir a Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), que abrange uma área de 47 mil quilómetros quadrados na floresta amazónica entre os estados do Pará e do Amapá.
A reserva tinha sido criada em 1984 pelo último presidente da ditadura militar e previa que apenas o governo federal pudesse fazer a exploração de minérios naquela zona. Mais tarde a exploração mineira foi proibida na Renca e criaram-se nove zonas de proteção, incluindo reservas indígenas.
Com a abertura agora decretada para a exploração privada dos minérios da região, justificada com a "atração de investimento", os ambientalistas temem os impactos ambientais da “corrida ao ouro” despoletada por Michel Temer. Ouvido pela BBC, Antonio Donato Nobre, investigador do instituto que monitoriza o desmatamento na Amazónia, diz que “não podia haver notícia pior” e que os efeitos da exploração mineira irão afetar “toda a bacia amazónica e o continente sul-americano”.
"O maior impacto não será na área de mineração, mas indireto. Haverá um influxo de pessoas que levará a mais desmatamento, mais retirada de madeira e mais incêndios", corrobora Erika Berenguer, investigadora do Instituto de Alterações Climáticas da Universidade de Oxford.
Para já, as licenças de exploração mineira a conceder deverão situar-se em cerca de 30% da área total da Renca, mas poderão abranger toda a reserva agora extinta numa fase posterior.
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