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Temer chama exército para reprimir protestos em Brasília

A capital brasileira assistiu à maior manifestação contra Michel Temer, convocada por centrais sindicais e movimentos sociais, que acabou reprimida pela polícia militar. Acossado, o presidente decretou o uso de tropas federais.
A manifestação desta quarta-feira foi duramente reprimida em Brasília. Foto Leonardo Milano / Mídia Ninja

Os organizadores falam na “maior marcha da história” com 200 mil participantes a exigirem a realização de eleições diretas e a retirada das propostas do governo para atacar o sistema de segurança social.

A manifestação convocada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo refletiu-se também dentro do plenário da Câmara dos Deputados, quando os deputados que se opõem a Michel Temer ocuparam durante algum tempo a mesa da presidência da sessão.

“Deram um golpe e não conseguem completar, o que significa fazer as reformas Trabalhista e da Previdência. Esse é o passo inicial da maior guerra que faremos contra esses golpistas para derrubar essas reformas, vamos fazer uma greve geral maior do que fizemos no dia 28 de abril”, prometeu o presidente da central sindical CUT, Vagner Freitas, no site da organização.

A manifestação foi reprimida pela polícia à chegada ao Congresso, com o uso de balas de borracha, petardos e gás lacrimogéneo, que provocaram vários feridos. Alguns grupos entre os manifestantes tentaram invadir alguns ministérios, chegando a criar um foco de incêndio no interior do ministério da Agricultura. Várias pessoas foram presas durante o protesto.

A meio da tarde, o presidente Michel Temer, acossado pelas investigações sobre corrupção, decretou a mobilização das Forças Armadas para garantir a ordem e segurança em Brasília até ao fim de maio. Trata-se de uma medida excecional que a Constituição brasileira dá apenas ao presidente "em situações em que se verifique o esgotamento das forças tradicionais de segurança pública" ou "em graves momentos de perturbação da ordem”.

Pouco depois, a bancada parlamentar do PSOL apresentou um projeto de lei para suspender o decreto de Temer. “Não cabe às Forças Armadas, de acordo com a Constituição de 1988, a função de reprimir manifestações populares. Este Congresso Nacional não pode tolerar uma medida autoritária como essa, que visa ao cerceamento do sagrado direito de manifestação. O governo Michel Temer aprofunda o arbítrio e fere gravemente a democracia brasileira”, diz a proposta apresentada pelos deputados do PSOL.

 

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