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Teleperformance: trabalhadores do call center em greve no dia 6

Os trabalhadores da Teleperformance vão realizar, a 6 de fevereiro, uma greve para exigir melhores salários e o fim dos contratos precários. Bloco manifesta solidariedade com esta luta e denuncia o desrespeito pelo trabalho destes profissionais.
Os trabalhadores da Teleperformance afirmam que a empresa que tem lucros muitos e altos e está em condições de pagar salários mais altos
Os trabalhadores da Teleperformance afirmam que a empresa que tem lucros muitos e altos e está em condições de pagar salários mais altos

Em comunicado, a direcção do Sindicatos dos Trabalhadores de Call Centers (STCC) afirma que na Teleperformance – uma empresa de outsourcing na área de call centers – a maioria dos trabalhadores recebe o salário mínimo nacional, apesar de a empresa registar lucros avultados.

Apesar dos baixos salários, muitos trabalhadores da empresa, refere o comunicado, "fazem trabalho de assistentes técnicos qualificados, de bancários, de gestores de sinistros na área seguros, que são atividade com salários médios superiores ao salário mínimo".

O STCC denuncia que esta realidade é geradora de "desemprego" uma vez que as empresas "despedem os seus trabalhadores para contratar outros para a mesma função em regime de outsourcing com salários mais reduzidos”, acrescentando ainda que esta política empresarial “faz baixar o salário médio no país e prejudica a segurança social, a arrecadação de impostos através do IRS e também o consumo”.

O crescimento da Teleperformance que em 2015 declarou mais de 9.800 milhões de lucros, tem segundo o sindicato "condições para pagar melhor aos seus trabalhadores" e por essa razão estes manifestam a sua determinação “em lutar por todos os meios que a lei permite” para que os salários que lhes são pagos se “coadunem” com o esforço que lhes é exigido.

Desta forma, reivindicam o aumento do salário base para 750 euros, um plano de incentivos justo e adequado e também que as contratações sejam feitas diretamente pela Teleperformance.

Salários baixos e poucos direitos”

Em declarações ao esquerda.net, a deputada do Bloco, Isabel Pires manifestou "a sua solidariedade" com a luta dos trabalhadores, tendo afirmado que "este é um dos setores mais rentáveis no país".

O trabalho em call center tem vindo, de facto, a crescer em Portugal, e isso deve-se a uma política de salários muito baixos e poucos direitos

E recordou que em 2016 o setor registou, de acordo com o Jornal Económico, receitas na ordem dos 540 milhões de euros que, segundo a parlamentar, ficam dever-se, entre outros aspetos, à “ externalização do serviço”.

“O trabalho em call center tem vindo, de facto, a crescer em Portugal, e isso deve-se a uma política de salários muito baixos e poucos direitos”, afirmou Isabel Pires que identificou ainda alguns problemas como “a utilização de falso trabalho temporário cuja prática deve ser punida”, além da "proliferação de Empresas de Trabalho Temporário (ETT's) e o não acesso à contratação coletiva”.

“Há milhares de trabalhadores/as que prestam serviço a empresas com contrato coletivo para os trabalhadores do quadro mas quem trabalha em call centers não tem acesso aos mesmos direitos”, declarou Isabel Pires, sublinhando ainda que “este setor tem falhas muito graves no que concerne a higiene e segurança no trabalho”.

“Esta realidade tem vindo a aumentar o número de problemas de saúde associados à profissão "pelo que também “neste âmbito o caminho terá que ser de alargamento da inspeção para garantir regulamentos próprios para o setor”, finalizou.

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