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Técnicos de diagnóstico em greve param serviços nos hospitais

Com as carreiras em suspenso numa negociação que se arrasta com o governo, os técnicos de diagnóstico voltaram a fazer greve esta quinta-feira. Sindicatos reclamam grande adesão e exigem uma transição justa para as novas carreiras.
Técnicos de diagnóstico em manifestação. Foto de André Kosters/Lusa.
Foto de André Kosters/Lusa.

Os técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica (TSDT) voltaram a fazer greve esta quinta-feira, em protesto contra o que consideram a regulamentação de carreira injusta que o governo lhes pretende impor.

O Sindicato dos Técnicos Superiores de Saúde da Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS), adiantou em comunicado à Agência Lusa uma adesão superior a 90%, com serviços encerrados em centros hospitalares em Faro, Viana do Castelo, Aveiro, Porto, Coimbra, Bragança, Açores e Santarém — os números continuavam em recolha no resto do país. Segundo o sindicato, “de momento, os serviços mais afetados com esta adesão massiva à greve são os serviços de análises, radiologia, cardiopneumologia, farmácia, imagiologia e fisioterapia”. Além da greve, os técnicos concentraram-se hoje às 15h numa manifestação entre o Palácio de Belém e Assembleia da República.

Na origem do conflito está o arrastar das negociações sobre a carreira destes profissionais. Os TSDTs abrangem 18 profissões em áreas como as análises clínicas, farmácia, radiologia, fisioterapia, e representam cerca de 10 mil profissionais de saúde no sistema público. A sua nova carreira foi aprovada em 2017, mas falta a sua regulamentação, sem a qual não pode entrar em vigor.

As negociações têm-se arrastado. Os técnicos exigem a equiparação salarial a profissões análogas, como os enfermeiros. Mas o principal problema é a intenção do governo de colocar a grande maioria dos técnicos no escalão base da carreira com a transição, independentemente do tempo de serviço. Sem acordo dos sindicatos, o governo avançou na mesma e aprovou o decreto-lei com essa norma, entretanto promulgado no início de fevereiro pelo Presidente. Decisão que deixou os técnicos "indignados e revoltados", disse à Lusa o presidente do STSS, Luís Dupont. Os sindicatos decretaram greve em dias intercalados em Dezembro passado, a que voltaram este mês face ao arrastar do conflito.

O Bloco tem acompanhado a luta deste profissionais e criticado a postura do governo nas negociações. Na semana passada, após a decisão unilateral do governo, pediu a sua apreciação no parlamento, alertando que “a aplicar-se o Decreto-Lei agora publicado, cerca de 97% dos técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica serão colocados na base da nova carreira", e que "profissionais com 10, 15, 20 ou mais anos de serviço serão colocados na base da nova carreira e quase sem hipótese de progressão até ao final da sua vida". O requerimento considerava ainda que "estes trabalhadores são absolutamente essenciais ao Serviço Nacional de Saúde, mas continuam sem ser valorizados como tal", reclamando por esse reconhecimento.

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