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Taxa turística rende 11,2 milhões para hoteleiros e agentes de turismo

A aplicação das receitas da taxa turística demonstra que está a servir para promover turismo e não para compensar e melhorar a cidade.
Turismo em Lisboa, Manuel Lopes, Lusa
Turismo em Lisboa, Manuel Lopes, Lusa

A taxa turística rendeu à Câmara Municipal de Lisboa 11,2 milhões de euros entre janeiro e outubro deste ano. Numa nota enviada à agência Lusa, o executivo municipal adianta que 3,5 milhões desta verba "foram já aplicados na promoção e divulgação da capital".

No balanço provisório, os serviços provisórios esclarecem que 7,7 milhões de euros dizem respeito à cobrança da taxa em pernoitas em empreendimentos turísticos, enquanto que 3,5 milhões de euros foram arrecadados em dormidas de alojamento local, com particular destaque para o Airbnb com 1,2 milhões referentes ao período de maio a setembro.

Segundo o deputado municipal do Bloco de Esquerda, Ricardo Robles, "este balanço provisório da taxa turística cobrada em 2016 evidencia por um lado uma procura cada vez maior da cidade como destino turístico e por outro a incapacidade da CML em implementar a taxa nas chegadas por via aérea e marítima." E revela um problema de aplicação das receitas: "o Bloco tem insistido que estas receitas têm de reverter para a cidade devendo ser aplicadas nas áreas mais afetadas pela pressão turística: habitação e mobilidade. A opção de Fernando Medina de entregar estes milhões aos hoteleiros e agentes de turismo é perversa e totalmente inaceitável."

De facto, a criação da taxa turística corresponderia à criação de um Fundo para compensar a cidade pelo impacto do turismo. Na realidade, diz Ricardo Robles, "o Fundo de Desenvolvimento Turístico, conforme o próprio nome indica, serve apenas para desenvolver ainda mais o turismo, tal como a aplicação dos fundos demonstra, com 3,2 milhões desperdiçados em promover ainda mais turismo".

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