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Tarefeiros no SNS: Quatro empresas ganharam 54 milhões em cinco anos

Só em contratos publicados no Portal Base estão descritas 826 adjudicações a empresas de prestação de serviços de médicos e enfermeiros desde 2017.
Foto Lusa.

O Correio da Manhã fez as contas a parte da despesa que o Estado assume com a contratação de profissionais de saúde em regime de prestação de serviços. Os médicos e enfermeiros contratados em regime de tarefeiro ganham muitas vezes o dobro dos seus colegas nos quadros dos hospitais, enquanto estes se queixam dos baixos salários e congelamento das carreiras.

Os contratos analisados dizem respeito ao período entre o início de 2017 e 22 de junho de 2022 e são só uma parte da despesa que os contribuintes suportam por o SNS não ter profissionais suficientes nos seus quadros, uma vez que as entidades do SNS não são obrigadas a publicá-los no portal Base. Por exemplo, refere o Correio da Manhã, os centros hospitalares de Coimbra e Lisboa Norte, as unidades locais de saúde da Guarda e Litoral Alentejano e o Hospital de Loures não publicaram contratos relativos à contratação de tarefeiros neste período.

Neste universo de empresas de prestação de serviços, que costumam cobrar uma comissão entre os 15% e os 20% do valor pago aos médicos, há quatro grupos que se destacam pelo volume de negócios: o das empresas Precise e European Healthcare City, ambas geridas por Nuno Correia Neves, faturou cerca de 23 milhões nestes cinco anos com um total de 140 contratos. Segue-se o grupo Wellow, sediado em Leiria, cujas empresas viram adjudicados pelo menos 140 contratos no valor de 20,7 milhões de euros. Os mais de 150 contratos adjudicados a duas grandes empresas de trabalho temporário, a Randstad II e a Kelly Services, renderam a estas empresas 17,1 milhões de euros.

Segundo os dados da Administração Central dos Sistemas de Saúde, no ano passado o Estado pagou 142 milhões de euros pela contratação de médicos, enfermeiros e outros profissionais tarefeiros. Ao longo dos três últimos anos, a despesa ascendeu a 400 milhões de euros por mais de 15 milhões de horas contratadas.

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