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Suspensão de fábrica devido a infrações “só peca por tardia”

O Bloco de Esquerda congratulou-se com a decisão do IAPMEI de suspender a laboração de uma fábrica de transformação de bagaço de azeitona no Alentejo, devido a infrações graves, frisando que "só peca por tardia"
Suspensão de fábrica devido a infrações “só peca por tardia”
Maria Manuel Rola e Catarina Martins numa visita à AZPO - Azeites de Portugal. Foto de esquerda.net.

O IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação ordenou a suspensão da laboração da AZPO - Azeites de Portugal, situada perto da aldeia de Fortes, no concelho de Ferreira do Alentejo, em Beja, "pelo prazo máximo de seis meses", devido a infrações graves, disse à Lusa na quinta-feira fonte oficial da instituição.

“A fábrica só entrou em paragem no dia 12 de junho, no final da campanha, ficando obrigada à realização de obras: construção de nova chaminé e instalação dos respetivos filtros; armazenamento e transporte hermético da matéria prima, em condições de higiene e segurança ambiental dos trabalhadores e das populações”, lê-se no comunicado da Coordenadora Distrital de Beja do Bloco de Esquerda.

Esta decisão vem também recordar a necessidade de reforçar a exigência de que a fábrica só retome “a laboração depois de realizadas as obras e os testes indispensáveis, controlados por entidades públicas exteriores à empresa”, lembrando que a AZPO - Azeites de Portugal, SA "é apenas um testa-de-ferro" do grupo espanhol MIGASA, que tem sede em Sevilha e assume-se como "líder mundial do azeite".

“Durante meses, camiões carregados de bagaço de azeitona não paravam de chegar às Fortes e grande parte provinha de Espanha, onde a legislação e a fiscalização ambiental não permite este tipo de práticas poluidoras a céu aberto”, denuncia o Bloco de Esquerda de Beja. O partido salienta também que “as chaminés das fábricas de bagaço de azeitona são só a ponta visível do icebergue no mar esverdeado de olival intensivo e superintensivo do perímetro de rega de Alqueva, à custa da erosão dos solos e da contaminação química dos aquíferos”.

Segundo o partido, a decisão do IAPMEI "coloca na ordem do dia a necessidade de uma inspeção rigorosa às condições ambientais e de laboração de outras duas fábricas" de transformação de bagaço de azeitona "altamente poluentes à vista desarmada" existentes no distrito de Beja, uma em Odivelas, também no concelho de Ferreira do Alentejo, e outra em Alvito.

Na passada segunda-feira, o IAPMEI notificou a AZPO da decisão e informou-a de que a laboração "não poderá ser retomada enquanto não for demonstrado o cumprimento de todas as condições impostas" em matéria de emissão de poluentes para a atmosfera de acordo com a lei e na sequência das vistorias "realizadas anteriormente", disse a fonte.

A decisão vem colocar “na ordem do dia a necessidade de uma inspeção rigorosa às condições ambientais e de laboração de outras duas fábricas de bagaço de azeitona, altamente poluentes à vista desarmada, em Alvito e Odivelas, também no concelho de Ferreira do Alentejo”, conclui o comunicado do Bloco de Esquerda.

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