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Stiglitz: “Custa mais a Portugal ficar do que sair do euro”

“Acho que a Europa, como um todo, devia começar a pensar num divórcio amigável com alguns países, para estes pensarem em formas para lidar com a saída. Não será um processo imune a dificuldades (…). Custa mais a Portugal ficar do que sair do euro”, afirmou Joseph Stiglitz à Antena 1, numa entrevista em que faz um balanço negativo da resposta europeia à crise: “Os benefícios da Alemanha têm sido em parte a custo dos países do Sul europeu”, defende.
O economista que foi galardoado com o Prémio Nobel em 2001 acredita que a Europa “não tem, nem vai ter condições políticas para fazer as mudanças necessárias”, pelo que, a manter-se na moeda única, Portugal “está condenado”.
A manutenção de Portugal na moeda única significa a submissão à receita alemã da austeridade, que irá continuar “mesmo que a teoria económica e até o Fundo Monetário Internacional (FMI) demonstrem, claramente, que a austeridade nunca irá funcionar”, acrescenta o economista. Por isso, conclui que “cada vez é mais claro que ficar é mais custoso do que sair” do euro e “se reconhecermos o custo de continuar neste pântano, o risco de uma saída de Portugal do euro pode ser mais baixo do que ficar”.
Uma saída negociada com base num “divórcio amigável” permitiria à economia portuguesa “crescer, criar emprego e um processo de restruturação da dívida”. Um caminho que, “apesar de ser duro”, daria os seus frutos, já que após a “dívida estruturada, a moeda cresceria”, assegura Joseph Stiglitz.
O economista alerta ainda para os riscos da política europeia. “É a política perto do precipício, saltando de uma crise para outra. No último minuto faz o mínimo necessário para sair dessa crise. A dificuldade desta política do precipício é que há a probabilidade de caírem do precipício”, acrescenta o economista, para quem “é muito claro que o BCE não vai conseguir resolver estes problemas sozinho”. Para mais, o programa de compra de dívida de empresas por parte do BCE vai aumentar a desigualdade entre as economias. “O que acontece é que as empresas alemãs vão beneficiar com as compras do BCE, mas as de Portugal não vão ter esse benefício. Resumindo: as empresas alemãs vão beneficiar, as portuguesas não”, defende o economista.
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Aqui vai o link para a
Aqui vai o link para a entrevista:
http://www.rtp.pt/noticias/economia/joseph-stiglitz-custa-mais-a-portuga...
A propósito, ontem mesmo Jerónimo de Sousa falou sobre esta matéria, nos seguintes termos [ http://pcp.pt/comicio-da-festa-do-avante-2016 ]:
"Se há Partido que há muito sabia o que representava a União Europeia e o Euro, esse Partido é o PCP. Durante anos e anos alertámos para as consequências da adesão de Portugal à CEE / União Europeia e ao Euro, e o que representavam. Um País submetido a um conjunto de regras, imposições e ingerências externas que nada têm que ver com as aspirações do nosso povo e os interesses do nosso País.
Como sempre afirmámos, são os interesses do grande capital e das principais potências capitalistas da Europa que estiveram por detrás da criação da União Europeia e do Euro e que hoje ditam a sua evolução.
Hoje está mais visível aos olhos de mais portugueses a contradição insanável entre o direito do País a um desenvolvimento e as imposições da União Europeia. Hoje é mais evidente que o futuro do País, a melhoria das condições de vida do nosso povo e a soberania nacional exigem que se enfrentem com coragem essas imposições e que se lute para libertar Portugal das amarras do Euro, da União Económica e Monetária e das políticas da União Europeia.
Uma luta que é simultaneamente uma contribuição para a libertação dos povos da Europa de um processo de integração que está a empurrar o continente para a regressão civilizacional, para uma situação insustentável e carregada de perigos, um processo criador de crises várias e corroído por contradições cada vez mais fundas.
É sintomático que hoje, e sobretudo depois do referendo na Grã-Bretanha, se evidencie um crescente esgotamento do processo de integração e um sério abanão na sua construção.
O futuro de Portugal exige a ruptura com as imposições e chantagens que visam perpetuar a submissão, a exploração, o endividamento e empobrecimento. É esse o objectivo das sanções com que ameaçam Portugal.
Sanções que não foram, como alguns se apressaram a concluir, afastadas ou vencidas. Elas aí estão presentes, agora concentradas nas pressões e chantagens sobre o Orçamento do Estado 2017, para tentar esmagar a esperança aberta de que é possível sermos donos dos nossos destinos, decidir de forma soberana do progresso social do nosso povo e do desenvolvimento do nosso País. "
Há que elogiar o PCP nesta matéria - e vale a pena lembrar, nomeadamente, as múltiplas intervenções de Octávio Teixeira ao longo dos anos. Infelizmente, o BE - que tem praticamente a idade do Euro - não tem estado à altura da situação, não sei se por incapacidade de análise, se por receio de perder votos e/ou de sacrificar a possibilidade de se converter, num futuro próximo, numa espécie de "CDS" do PS.
Este senhor está claramente
Este senhor está claramente senil.
Um pais cinico consumista cronico que está dependente de um amigo fiador sem qq malicia para o pagamento (ou nao) dos seus bakanais diarios ... iria lá dizer ao coutadinho do amigo ... "deixa estar pagas pra proxima"
?????????
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