You are here

Sondagem coloca Podemos e PSOE perto da maioria absoluta

As eleições de dia 26 podem afinal desbloquear a crise política espanhola, a julgar pela distribuição dos mandatos a partir da sondagem publicada este fim de semana pelo diário El País.
Sondagem será publicada na edição do El País este domingo em papel

A soma dos deputados da coligação Unidos Podemos (26% nas intenções de voto) e PSOE (20.5%) está a um mandato da maioria absoluta, apesar dos socialistas perderem oito lugares em relação às eleições do ano passado. Nesta sondagem, o PP mantém o resultado de dezembro (29%), mas elege menos 9 deputados, enquanto o Ciudadanos perde um deputado. A coligação Unidos Podemos ganha 22 deputados em relação à soma dos eleitos das listas apoiantes do Podemos e Izquierda Unida.

Outro dado inédito da sondagem é a figura preferida dos inquiridos para liderar o governo, com Pablo Iglesias a surgir pela primeira vez em primeiro lugar, com a mesma percentagem (23%) do líder do PSOE, Pedro Sánchez. No que toca à popularidade, o líder do Ciudadanos mantém-se o único líder partidário com saldo positivo e o PP é o partido mais impopular, com 57% dos inquiridos a recusar a possibilidade de lhe vir a dar o voto. O Podemos é o segundo partido na lista dos mais rejeitados, com 43%.

O cenário de Unidos Podemos e PSOE poderem vir a formar maioria sem negociar o apoio dos partidos independentistas pode determinar o debate da última semana de campanha e a pressão sobre os socialistas é cada vez maior.

Unidos Podemos aumenta pressão sobre o PSOE para clarificar de que lado está

Este sábado, o Podemos encheu uma praça de Sevilha para voltar a desafiar o PSOE a dizer com quem pretende governar. “É aqui na Andaluzia que se vai decidir o desempate”, afirmou Iñigo Errejón, saudando o tom conciliador do ex-primeiro ministro Zapatero por oposição a outros dirigentes do PSOE, como a líder do governo andaluz, Susana Díaz, que fazem do Podemos o principal alvo das críticas. “Não nos enganamos de adversário e sabemos em que baliza é que temos de marcar: derrotar o PP e as suas políticas injustas”, declarou Errejón.

Pouco antes, o líder da Izquierda Unida foi o cabeça de cartaz num comício em Vallecas, nos arredores de Madrid. “Ninguém de esquerda pode ficar sem votar na nossa candidatura”, afirmou Alberto Garzón num discurso dirigido também ao eleitorado tradicional da IU que não ficou convencido com uma coligação que, diz Garzón, “não foi feita pelos partidos, mas sim por exigência das pessoas nas ruas”.

Um sinal da vitória que se aproxima, prosseguiu Garzón, é a campanha do medo instalada por PP e Ciudadanos sobre o crescimento do Unidos Podemos. Uma das consequências dessa campanha, lamentou o líder da IU, é que nos últimos meses deixou de ser “o comunista porreiro e simpático. Agora parece que sou o comunista perigoso, porque sabem que dia 26 podemos ganhar as eleições”. Para Garzón, esse resultado seria “não apenas a esperança de Espanha, mas de uma União Europeia que se está a encher de fascismo”.

Termos relacionados Espanha: eleições 26J, Internacional
(...)