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Somam-se os apoios à greve dos médicos

Ordem dos Médicos, CGTP, Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar e Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde emitiram esta semana comunicados a solidarizarem-se com a greve dos médicos que tem início esta quarta-feira.
Foto de Paulete Matos.

“Nos últimos anos as condições de trabalho dos médicos têm vindo a degradar-se progressivamente, condicionando de forma negativa a qualidade da medicina prestada aos portugueses”, escreve a Ordem dos Médicos (OM) num comunicado divulgado esta terça-feira.

Segundo a OM, há uma insatisfação crescente nos médicos no Serviço Nacional de Saúde (SNS), “o que tem constituído o motivo maior para a saída de muitos profissionais”.

“A Ordem entende e subscreve as reivindicações defendidas pelos sindicatos como ficou claro na sua participação no recente Fórum Médico (…). Manifesta a sua total solidariedade e apoio a todos aqueles que, sentindo o efeito das más condições de trabalho na qualidade do exercício da medicina, decidam manifestar a sua insatisfação aderindo à greve”, lê-se no documento.

O Conselho Nacional da Ordem aproveita ainda para apelar ao ministro da Saúde que se empenhe em contribuir para “preservar as caraterísticas genéticas do SNS e em recuperar a medicina de proximidade”.

Pela defesa e fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde

Também a CGTP-IN manifestou “a sua solidariedade com a greve dos médicos convocada para os dias 10 e 11 de Maio, pela melhoria das suas condições de trabalho e a prestação de melhores cuidados de saúde à população”.

“Esta é uma greve que só tem lugar porque o Ministério da Saúde não concretizou compromissos anteriormente assumidos com as organizações sindicais e persiste em arrastar no tempo as respostas a problemas que precisam de ser tratados e resolvidos agora”, refere a intersindical, sublinhando que “defender e reforçar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde implica respeitar e valorizar os profissionais da saúde e melhorar as condições de acesso e atendimento aos utentes”.

Por sua vez, a Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF) destacou a justeza das reivindicações dos médicos, destacando “a necessidade urgente de reavaliação da dimensão das listas de utentes dos médicos de família, pagamento integral de horas extraordinárias e agilização de concursos de colocação de novos especialistas de MGF, concursos de mobilidade e concursos de progressão na Carreira Médica”.

“A APMGF, tal como sempre o tem demonstrado, continua disponível para trabalhar com todas as partes empenhadas no fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde, com o objetivo último de encontrar soluções que possam ajudar a desenvolver os cuidados de saúde primários em Portugal, dignificar a MGF e melhorar os cuidados prestados à população”, assinala a Associação.

A estes apoios soma-se ainda o do Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde que se afirma “solidário com a greve dos médicos na quarta e quinta-feira, e o protesto de zelo dos enfermeiros, a partir de quarta”, por acreditar “que as suas reivindicações também os beneficiam”.

Segundo o presidente do Movimento dos Utentes dos Serviços de Saúde, Manuel Vilas Boas, as greves dos profissionais têm razão de ser porque “os utentes sabem perfeitamente que, se querem ser bem tratados e aceder atempadamente aos cuidados médicos e de enfermagem, têm que ter os profissionais a funcionar em pleno”.

“Tanto os médicos como os enfermeiros têm de possuir os meios necessários para exercer as suas profissões e em número considerado suficiente para realizar as suas atividades”, frisou.

Para Manuel Vilas Boas, “é inconcebível chegar a uma urgência hospitalar e ver como os profissionais trabalham assoberbados”.

Saiba mais sobre a greve dos médicos em: Médicos iniciam greve contra degradação da profissão e do SNS


 

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