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Solidariedade com a Palestina: “Não pode haver direitos humanos de segunda”

Na concentração em Lisboa em que se condenou o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh, Fabian Figueiredo defendeu que o governo português deve condenar inequivocamente todas agressões do Estado de Israel, reconhecer a Palestina como Estado independente e proibir a importação e comercialização de bens e de colonatos.
Concentração no Rossio, em Lisboa. Foto Esquerda.net

Esta segunda-feira houve concentração no Rossio, em Lisboa, convocada por membros da comunidade palestiniana no país para denunciar o assassinato da jornalista Shireen Abu Akleh pelas forças de segurança israelitas. O protesto estendia-se também a todos os “horrores da ocupação da Palestina por Israel, à contínua desapropriação e limpeza étnica do povo palestiniano e a décadas de impunidade" e apelava à “justiça para a Palestina e que Israel seja responsabilizado por todos estes crimes".

O dirigente bloquista Fabian Figueiredo esteve presente na ação e, em nome do partido, defendeu que “Portugal deve condenar inequivocamente as agressões do Estado de Israel”. Para ele, “não é por acaso que 46 jornalistas palestinos morreram nos últimos anos a denunciar o apartheid israelita” e “não foi por acaso que uma bala israelita encontrou o corpo de uma das mais corajosas jornalistas do mundo”. Shireen foi apresentada como “uma jornalista pela paz, pela decência, pelo cumprimento dos direitos humanos, que inspirou e inspirará gerações de lutadores e de lutadoras, pela liberdade”. E, para o partido, foi “assassinada barbaramente e cobardemente pelas forças israelitas”.

Segundo Fabian Figueiredo, “dizer isto de forma clara transformou-se no Ocidente de forma vergonhosa numa afirmação de poucos” devido ao “cerco mediático que se levanta sempre que morre alguém na Palestina, sempre que o apartheid se impõe na Palestina”. Daí que, considera, seja uma “tarefa” dos presentes “romper o muro de silêncio que um crime de guerra é igual no Médio Oriente ou noutra qualquer latitude do mundo”. Isto porque “não há direitos humanos de primeira e não pode haver direitos humanos de segunda”.

Para além de considerar que o governo português deve condenar inequivocamente as agressões do Estado de Israel, o Bloco defende ainda que este “deve finalmente reconhecer a existência da Palestina como Estado independente”, “proibir a importação e comercialização de bens, serviços ou de recursos naturais importados de colonatos ilegais” e “defender a aplicação de sanções internacionais ao Estado de Israel até ao estabelecimento de um cessar fogo”.

Fabian Figueiredo diz que apesar de Portugal ser “um pequeno país na ordem internacional” tem capacidade de influência e, por isso, tem “a obrigação de inspirar outros Estados a ter posições corajosas na defesa dos direitos humanos, de derrubar o muro de silêncio que encobre os crimes de guerra contra o povo da Palestina sempre que assunto sai do alinhamento dos telejornais e de contribuir para o fracasso do projeto etno-nacionalista do governo de Israel”.

O dirigente bloquista tem esperança que “a Palestina um dia será livre” mas “o que está por saber é se, nesse dia, nós, Portugal, estaremos em condições de reconhecer que fizemos tudo para que esse destino se cumprisse”.

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