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Sindicatos europeus saem à rua contra a crise salarial

Confederação Europeia dos Sindicatos exorta centrais sindicais a coordenar ações por aumentos salariais, limitação de preços e imposto sobre lucros excessivos das empresas. CGTP já convocou mês de “Mobilização e Luta”. A 15 de outubro decorrerão manifestações em Lisboa e Porto.
Foto CGTP.

O movimento sindical europeu alerta que os trabalhadores estão a ser “as vítimas desta crise” e “a inação ou a adoção de uma resposta errada”, que passe pela desvalorização salarial, aumento de taxas de juros e uma nova agenda de austeridade, podem ser “catastróficas”.

A Confederação Europeia dos Sindicatos (CES) está a apelar aos sindicatos dos diferentes estados para que promovam mobilizações em defesa do aumento de salários e de apoio à população com menos recursos. Estas iniciativas deverão realizar-se entre 5 e 19 de outubro, antes da reunião do Conselho Europeu de 20 e 21 do próximo mês.

O aumento do custo de vida e a desvalorização salarial, que têm resultado no empobrecimento dos trabalhadores, já deram origem a mobilizações em vários países, como é o caso da paralisação dos controladores aéreos franceses ou dos protestos e greves no Reino Unido. Em Espanha, registou-se um aumento de greves de 20% e os sindicatos maioritários têm anunciado um “outono quente”. Portugal também tem sido palco de greves em setores como a saúde e os transportes.

A CES já elaborou uma lista de reivindicações, que passam por aumentos salariais, promoção da negociação coletiva, apoios para as pessoas com menos recursos para atender às suas despesas básicas, como as faturas de energia, o cabaz de compras ou a renda. O movimento sindical europeu reivindica ainda a imposição de limites de preços e a criação de impostos sobre os lucros excessivos das empresas.

Ángel Talavera, economista chefe para a Europa da Oxford Economics, citado pelo elDiario.es, reconhece, inclusive, que “a nível macroeconómico, o consumo dos lares é o componente maior da economia e depende em grande parte do rendimento disponível, pelo que uma queda dos salários reais da magnitude que estamos a ver provavelmente ver-se-á refletida num travão ao no consumo e no PIB”. “A nível social, há um risco claro de aumento da pobreza e da desigualdade pelo impacto desproporcionado que o choque de inflação tem nos rendimentos mais baixos”, adverte.

CGTP convocou mês de “Mobilização e Luta”

O Conselho Nacional da CGTP-IN convocou um mês de “Mobilização e Luta”, de 15 de setembro a 15 de outubro, sob o lema “Aumento dos salários e pensões – emergência nacional! Contra o aumento do custo de vida e o ataque aos direitos”. A 15 de outubro realizar-se-ão manifestações em Lisboa e no Porto.

A intersindical exige resposta imediata às reivindicações dos trabalhadores: aumento dos salários de todos os trabalhadores em 90€; aumentos extraordinários, mesmo dos salários que foram atualizados, mas cuja revisão já foi absorvida pela inflação; aumento extraordinário do Salário Mínimo Nacional, fixando-o nos 800€, com efeitos imediatos; aumento extraordinário de todas as pensões e reformas que reponha o poder de compra e assegure a sua valorização; aumento das prestações de apoio social; revogação das normas gravosas da legislação laboral; fixação de limites máximos nos preços dos bens e serviços essenciais; aplicação de um imposto que incida sobre os lucros colossais das grandes empresas.

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