“Vamos ter uma enorme greve, como não temos há muitos anos”, afirmou à RTP Ana Avoila, da Frente Comum, à porta do hospital de São José, em Lisboa, no arranque de um dia de greve nacional dos trabalhadores da administração pública.
“Os trabalhadores lutam porque sentem que há condições de o governo se sentar à mesa com os sindicatos e só não o fará se não quiser”, prosseguiu a sindicalista, satisfeita com os dados da adesão muito elevada que recolheu junto de vários serviços. Ao seu lado, o líder da CGTP também disse esperar que esta sexta-feira seja um “dia memorável” da luta dos trabalhadores por melhores salários e contra a precariedade.
“Não se justifica que a economia esteja a crescer, com as empresas a lucrar, e que na Administração Pública não haja resposta para melhorar salários, ou que no privado a contratação coletiva esteja bloqueada”, defendeu Arménio Carlos. Os sindicalistas da CGTP, tal como o deputado bloquista José Soeiro, estiveram também junto ao piquete de greve dos dos Serviços Intermunicipalizados de Águas e Resíduos, em Loures.
No piquete de greve neste hospital estava também José Abraão, do SINTAP, igualmente satisfeito com “a grande adesão nos serviços de recolha de lixo e na saúde”. “Esperamos que o governo possa entender esta insatisfação”, prosseguiu o sindicalista afeto à UGT, reivindicando “a revisão de carreiras e carreiras justas” e lamentando que o governo confunda “descongelamento das carreiras com aumentos salariais”.
“Estamos todos a empobrecer lentamente”, concluiu José Abraão, antes de reclamar “propostas concretas” por parte do governo e o retomar de negociações com os sindicatos.