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Serviços prisionais responsabilizam guardas pelo protesto dos reclusos
A tarde de sábado no Estabelecimento Prisional de Lisboa ficou marcada por protestos de duas centenas de reclusos da ala E, ao verem o tempo de visitas reduzido a poucos minutos devido à mudança do turno dos guardas prisionais. O presidente do Sindicato Nacional do Corpo dos Guardas Prisionais, Jorge Alves, disse ao Expresso que os reclusos partiram caixotes do lixo, deitaram a comida para o chão e vandalizaram o refeitório à hora de jantar. E chamou a atenção para a falta de efetivos no EPL, que tem levado a adiamentos na assistência médica.
A greve dos guardas prisionais que teve início há três meses contribuiu também para este protesto. Segundo a SIC, os efeitos desta greve já impediram a abertura dos refeitórios em alguns dias, com os reclusos a ficarem fechados nas celas. As limitações no acesso aos medicamentos são outra das queixas apresentadas.
Para o diretor dos Serviços Prisionais, Celso Manata, "houve um conjunto de guardas que às quatro horas da tarde abandonaram o serviço ilegalmente", o que provocou "dificuldade em manter os horários normais" nas visitas, refeições e medicação.
Em causa está a alteração do horário por turnos dos guardas prisionais, com os novos turnos de oito horas a vigorarem em seis estabelecimentos prisionais. Segundo Celso Manata, o novo regime "tem estado a funcionar bem em todo lado, menos em Lisboa". O diretor dos Serviços Prisionais explica que o desacordo dos guardas do EPL com os novos horários se explica porque "agora é mais difícil terem outras profissões" e promete processos disciplinares aos guardas prisionais que saíram do seu turno antes da hora.
O sindicalista Jorge Alves contrapõe que ”desde janeiro, altura em que a Direção Geral de Serviços Prisionais impôs novos turnos, que nunca deveriam ter sido aprovados, que os guardas se recusam a fazer horas extraordinárias. Se são extraordinárias não podem aparecer nas escalas com 15 dias de antecedência como acontece. E depois faltam guardas e, consequentemente sai prejudicada a segurança nas cadeias”, afirmou ao Expresso o presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional.
Este domingo, os 200 reclusos da ala E estarão fechados nas cela durante todo o dia, sem sair para comer as refeições.
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