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Senadores norte-americanos chegam a acordo limitado sobre controlo de armas

Um grupo de senadores dos partidos Democrata e Republicano anunciaram um acordo sobre propostas para limitar a posse de armas. Mas ficam aquém das propostas já defendidas por Biden.
Manifestantes este sábado em Washington. Foto Will Oliver/EPA

A aprovação de legislação para controlar a compra de armas nos EUA pode estar mais próxima, sa sequência do acordo assinado este domingo por dez senadores democratas e outros dez republicanos. A presença destes últimos indica que essa legislação obteria uma maioria no Senado superior aos 60 votos necessários para evitar o processo de "filibuster" que bloqueia a passagem de leis com maioria simples.

Segundo o Washington Post, as propostas passam por criar novos alertas nas leis de compra de armas para impedir o acesso a pessoas que a justiça tenha declarado uma potencial ameaça para si ou para terceiros, ou para obrigar a que sejam investigados os cadastros da criminalidade juvenil na verificação de antecedentes dos compradores com menos de 21 anos.

A proposta apoiada pelo presidente Biden no sentido de aumentar de 18 para 21 anos a idade mínima exigida para a compra de alguns tipos de espingardas ficou fora deste acordo.

Mais do que restringir na prática o acesso a armas, esta proposta nascida da pressão da opinião pública após os massacres dos últimos meses, em particular o da escola primária de Uvalde, no Texas, prevê o reforço do financiamento em milhares de milhões de dólares para programas de segurança escolar ou de saúde mental, como a criação de uma rede nacional de clínicas comunitária de saúde comportamental.

Mais do que uma lista de propostas de lei, o acordo baseia-se num. conjunto de princípios, com os proponentes a afirmarem que várias das propostas já foram elaboradas or vários senadores. O líder da bancada democrata no Senado, Charles Schumer, diz querer levar o pacote legislativo a debate "o mais cedo possível", assim que as propostas finais estejam redigidas.

Para o presidente dos EUA, o acordo "não faz tudo o que eu acho que seria preciso, mas dá passos importantes na direção certa e seria a legislação mais importante sobre segurança das armas a passar no Congresso nas últimas décadas". Por seu lado, a líder da Câmara dos Representantes diz que os seus eleitos aprovarão qualquer lei que passe no Senado. "Se salvar vidas e fizer a diferença, e tiver apoio bipartidário para isso, então seria bem recebida, mesmo que não tenha tudo o que queremos", afirmou Nancy Pelosi.

"Marcha pelas nossas vidas" juntou muitos milhares no sábado

A manifestação convocada pelo grupo de estudantes que sobreviveram ao massacre da escola de Parkland em 2018 juntou este sábado milhares de pessoas em Washington e noutras cidades do país. Na capital, os discursos repetiram críticas à inação do governo e dos congressistas para pararem o contínuo banho de sangue provocado pelos tiroteios.

Mas a concentração de dezenas de milhares de pessoas ficou marcada por um incidente, quando um homem subiu ao palco enquanto se respeitava um minuto de silêncio. Seguiu-se um grito que muitos identificaram como "Gun!" [Arma!] e milhares de pessoas começaram a correr em pânico, até que um dos organizadores no palco deu ordens para pararem de correr. Muita gente estava acompanhada por crianças pequenas e não regressaram depois desse incidente.

Em Nova Iorque, a manifestação atravessou a ponte de Brooklyn em direção à câmara de Manhattan e juntou mais de mil pessoas com slogans contra o principal lóbi das armas, a NRA.

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