You are here

Se duvida que possa existir pior do que Trump, conheça o seu vice

Donald Trump escolheu para seu vice Mike Pence, um retrógrado conservador – veja alguns feitos do seu currículo. Por Luiz Eça.
Candidatos do partido republicano dos EUA: Donald Trump (presidente) e Mike Pence (vice-presidente) – Foto de Michael Reynolds/Epa/Lusa
Candidatos do partido republicano dos EUA: Donald Trump (presidente) e Mike Pence (vice-presidente) – Foto de Michael Reynolds/Epa/Lusa

Donald Trump procurou o seu vice com o maior cuidado. E escolheu Mike Pence. Agora, caso Trump seja eleito, os norte-americanos rezarão para que nunca – por morte, impeachment ou o que for – ele deixe o seu cargo.

Porque Mike Pence é o mais retrógrado conservador entre os sobrinhos do Tio Sam. Ninguém como ele defendeu as causas mais reacionárias de forma mais desastrada. Veja só alguns dos feitos do currículo deste personagem.

Quando deputado, queria que o governo tirasse todos os investimentos ao programa anti-Sida para aplicá-los nos “acampamentos de conversão de gays”. Que são acampamentos para adolescentes e jovens que brincam, jogam e passam por processos tipo lavagem cerebral. Tão perigosos que até a Comissão Contra as Torturas das Nações Unidas ordenou recentemente uma investigação sobre as suas práticas.

Mike também se opôs à inclusão dos crimes contra gays entre os crimes de ódio, dizendo que evitar os ataques a gays teria “um efeito assustador na liberdade de expressão religiosa”.

Chamou o casamento de pessoas do mesmo sexo de “colapso social”, lutando para que fosse proibido, assim como a entrada de gays nas fileiras militares que, segundo ele, enfraqueceria a coesão do exército.

Num longo discurso, assegurou que os filhos de uniões de gays tenderiam a tornarem-se drogados, abandonarem a escola e serem presos.

Para azar do povo do estado de Indiana, ele foi eleito seu governador. Logo tratou de retirar os fundos de programas anti-Sida sobre uso da mesma agulha por viciados e de estímulo a testes de HIV. Conseguiu, assim, aumentar os índices de infeções no seu estado.

Seria cómica se não fosse trágica uma lei de Mike exigindo funerais para fetos provenientes de abortos. Diversas clínicas de aborto legal foram fechadas por ele, por não estarem equipadas com um conjunto completo de gaitas de fole para funerais. Felizmente, um juiz federal bloqueou esta ridícula lei. Ainda como governador de Indiana, Mike Pence assinou uma das mais restritiva leis antiaborto, proibindo abortos com base em anomalias do feto, tais como síndrome de Down

Seria cómica se não fosse trágica uma lei de Mike exigindo funerais para fetos provenientes de abortos. Diversas clínicas de aborto legal foram fechadas por ele, por não estarem equipadas com um conjunto completo de gaitas de fole para funerais.

Felizmente, um juiz federal bloqueou esta ridícula lei. Ainda como governador de Indiana, Mike Pence assinou uma das mais restritiva leis antiaborto, proibindo abortos com base em anomalias do feto, tais como síndrome de Down.

Em matéria de política internacional, o estranho republicano está por fora. A não ser quanto a questões que interessam a Israel.

Mike é 100% favorável às políticas de Telavive, mais até do que Hillary Clinton. Enquanto a sra. Clinton defende Israel por interesse político, ele o faz por fanatismo religioso.

Como cristão, Mike assegurou, que ele tem o dever de estar sempre ao lado de Israel. Por isso mesmo, foi contra o acordo nuclear com o Irão e as posições de Obama condenando os colonatos e a ocupação da Palestina pelo exército israelita.

Serviu bem a Netanyahu, ao assinar no governo de Indiana uma lei ordenando que o Estado retirasse todas as suas aplicações em qualquer organização – inclusive universidades – que aderissem ao BDS, o movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções a empresas que fazem negócios com a Palestina ocupada.

Aos norte-americanos de extrema-direita e ideias carcomidas, o Partido Republicano faz esta oferta especial: vote em Trump que você ainda ganha um Mike Pence de presente.

Deus salve a América.

Artigo de Luiz Eça, jornalista, publicado em Correio da Cidadania e originalmente em Olhar o Mundo

Termos relacionados Internacional
(...)