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Sahara Ocidental: Marrocos viola cessar fogo

Um comunicado da delegação da Frente Polisario em Portugal descreve que Marrocos deslocou armamento e militares e civis para a zona perto da fronteira Mauritânia, tentando avançar em mais 7km a fronteira e implementar a sua presença militar na área. A Frente Polisario acusa Marrocos de ter violado o cessar fogo com o Sahara Ocidental e descreve uma "escalada de tensão na zona".
Apesar dos apelos da Frente Polisario e das reuniões do Conselho e Segurança da ONU sobre a violação, esta não atuou. A monitorização do cessar-fogo entre Marrocos e o Sahara Ocidental está sob a responsabilidade da MINURSO (Missão da ONU para o Sahara Ocidental), da qual 80 funcionários foram expulsos por Marrocos e que está atualmente com um contingente muito limitado.
A 28 de agosto, militares da República Árabe Saharaui Democrática encontraram "centenas de militares e civis marroquinos" na zona de Guergara, no sul da República Saharaui, "numa clara violação do acordo de cessar-fogo desde o passado dia 11 de agosto". Descreve a Frente Polisario que a Missão da ONU para o Sahara Ocidental não impediu o delocamento dos militares e civis maroquinos.
No dia seguinte, o Conselho de Ministros Saharaui "responsabilizou as Nações Unidas e o Conselho de Segurança da violação marroquina sem precedentes do cessar-fogo", tendo exigido a retirada do "arsenal e militares e elementos civis marroquinos da zona", avisando que a "inação ou passividade", será uma anuência às autoridades marroquinas "que ameaçam seriamente a paz e a segurança na região".
O Presidente da República e Secretário-Geral da Frente Polisario, citado no comunicado, afirmou que "este comportamento das autoridades de ocupação marroquinas só pode ser entendido como um sinal de sua intransigência, imprudência e desafiando a lei internacional e violação dos seus compromissos internacionais, como reação ao isolamento regional, continental e internacional".
O porta-voz de Ban Ki-Moon leu uma declaração a 28 de agosto sobre o tema em que referiu a preocupação profunda que têm com a tensão que se desenvolveu na "faixa tampão no sudoeste do Sahara Ocidental entre o muro marroquino e a fronteira mauritana, como resultado de mudanças no status quo e da introdução de unidades armadas de Marrocos e da Polisário em estreita proximidade uns dos outros" e o Secretário-Geral "exortou ambas as partes a suspender qualquer ação" militar, descreve o comunicado.
A nova ocupação de terreno foi precedida por anteriores provocações pela parte de Marrocos, descreve a Frente Polisario. A 15 de agosto, o presidente da República e Secretário-Geral da Frente Polisário, informou, numa carta a Ban Ki-moon, que "a partir de 11 de agosto de 2016, as forças de ocupação o marroquinas no Sahara Ocidental, cruzaram o muro militar marroquino em várias ocasiões para penetrar na área Guergarat, localizado na área de Bir Gandus, adjacente à primeira região militar saharaui".
A Frente Polisario exigiu a presença da MINURSO no campo para "evitar tais provocações que ocorrem numa área sob a responsabilidade das Nações Unidas". A 20 de agosto, a Frente Polisario apelou à ONU que estabelecesse um posto de controle e observação permanente em Guergarat para "prevenir novas violações marroquinas do cessar fogo".
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