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Saúde 24: empresa paga páginas de publicidade para difamar trabalhadores
A página, publicada pelo menos nos jornais Público, Correio da Manhã, Diário de Notícias e Jornal de Notícias, intitula-se “Linha Saúde 24 – Esclarecimento” e dedica muitos parágrafos a tentar justificar o injustificável – a relação precária que mantém com os seus trabalhadores, e o despedimento selvagem que fez a 150 trabalhadores por terem a “ousadia” de não aceitar a redução dos salários e de usarem o direito de greve contra as imposições e arbitrariedades patronais.
Quanto aos protestos dos trabalhadores, chama a greve desencadeada de “boicote” e ainda insinua que nos dias de greve os próprios grevistas telefonaram para a Linha Saúde 24 para provocar o seu colapso.
Os Precários Inflexíveis fizeram as contas e concluíram que a LCS não gastou menos de 44 mil euros para repetir o que vem dizendo nas últimas semanas, a que deve ser acrescentado o que é pago à Consultora de Comunicação Cunha Vaz e Associados, que faz o trabalho de comunicação da LCS.
Não é possível garantir a qualidade nestes moldes
Na quarta-feira, a Comissão Informal de Trabalhadores da Linha Saúde 24 denunciaram na comissão parlamentar da saúde que a LCS pretende substituir os 150 enfermeiros com anos de experiência que foram despedidos por cerca de 60 enfermeiros com uma formação de quatro dias.
"Não é possível garantir a qualidade nestes moldes”, afirmou Márcia Silva, da comissão, dirigindo à deputada do PSD Carla Rodrigues a questão: "que garantias é que a empresa vos dá dessa qualidade, quando prepara a formação de 60 enfermeiros com uma formação de quatro dias, para substituir enfermeiros com mais de quatro anos de experiência?".
"A nossa formação inicial é de pelo menos 12 semanas e não quatro dias, e é necessário um mínimo de dois anos de experiência, que não é de atendimento telefónico, é de triagem", acrescentou.
As enfermeiras explicaram aos deputados que para um funcionário da linha estar perfeitamente autónomo no atendimento demora no mínimo seis meses, e sublinharam a dificuldade que é atender pessoas "dos zero aos 100 anos, com doenças crónicas, com dificuldade na audição ou com dificuldade na perceção do que é perguntado".
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