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Ryanair acusada de greenwashing em campanha sobre emissões de carbono

A Ryanair foi acusada de greenwashing no âmbito de uma campanha publicitária na qual alegava que a operadora aérea lowcost tem emissões de carbono mais baixas que qualquer outra companhia da Europa. A campanha foi proibida pela entidade de fiscalização publicitária do Reino Unido.
Esta campanha surge cinco meses após a divulgação de um relatório da União Europeia no qual a Ryanair é considerada uma das principais emissoras de carbono da Europa. Na campanha de lavagem verde de imagem – greenwashing – a empresa de Michael O’Leary afirmava ter “as tarifas mais baixas da Europa, [e] a companhia aérea com menores emissões”.
A lowcost afirmou explicitamente ter “menos emissões de carbono que qualquer outra grande companhia aérea”, usando para isso o cálculo das emissões de CO2 por passageiro e por quilómetro.
"Os anúncios não devem voltar aparecer com o seu atual conteúdo", afirmou a Advertising Standards Authority (ASA). A entidade reguladora quis que a Ryanair apresentasse “evidências suficientes” para fundamentar a sua argumentação, noticia o Guardian.
Porém, a entidade de fiscalização publicitária do Reino Unido, a ASA, acabou por proibir a campanha de publicidade depois de a empresa não ter justificado coerentemente as suas afirmações. Os dados fornecidos pela companhia aérea “não tinham grande valor para consubstanciar uma comparação feita em 2019”, considerando por isso a campanha “enganadora”.
A Ryanair também excluiu algumas grandes companhias aéreas do gráfico incluído na campanha publicitária, não estando assim claro se estas foram contabilizadas. Por último, fora das considerações ficou a densidade de assentos (o número de lugares sentados por avião), coisa que a reguladora considera ser “informação significativa que os consumidores devem conhecer de forma a compreender a base da alegação”.
O grupo ambientalista Transport & Environment reagiu à decisão de mandar retirar a campanha e exorta a operadora aérea a deixar o greenwashing de lado e focar-se em reduzir as suas emissões.
“A Ryanair deve parar com o greenwashing e começar a fazer algo em relação às suas elevadas emissões”, afirmou Jo Dardenne, da Transport & Environment, ao Guardian.
Michael O’Leary é conhecido pelas suas declarações ofensivas, estando entre elas a proposta de disparar contra ativistas ambientalistas. O’Leary também continua a afirmar que não há relação entre a crise climática e as emissões de carbono.
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