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RTP: Novo diretor-adjunto da informação defendeu fim da empresa

Comissão de Trabalhadores da RTP divulga editorial de André Macedo de 2007, em que defendeu que "a Rádio Televisão Portuguesa não faz falta nenhuma. Não se perderia nada de substantivo se o canal público desaparecesse de vez".
André Macedo (à esquerda) e Martim Avillez Figueiredo (à direita) na apresentação do jornal i, do qual eram os dois diretores aquando do seu lançamento, em 2009. Foto de Tiago Petinga/Lusa.

A Comissão de Trabalhadores (CT) da RTP emitiu um comunicado saudando ironicamente a nomeação de André Macedo como novo Diretor-Adjunto de Informação do canal de televisão. Para tal, republicaram um editorial escrito por Macedo em 2007, no Diário Económico, intitulado "O tesourinho", em que defendeu o fim da empresa. A contratação de Macedo foi chumbada pelo Conselho de Redação mas, apesar disso, será empossado.

"Faz sentido o Estado gastar dinheiro numa programação que pouco traz de relevante ao país? A RTP e seus derivados fazem mesmo serviço público? A resposta é simples: a Rádio Televisão Portuguesa não faz falta nenhuma. Não se perderia nada de substantivo se o canal público desaparecesse de vez" escreveu André Macedo na altura.

Sobre os canais de televisão públicos, acrescentava ainda que "no fundo, no meio de muito telelixo, fazem alguns documentários de qualidade e patrocinam uns poucos telefilmes de autor que, no limite, só servem um objectivo final: justificar, com o inevitável banho de pseudo-cultura televisiva, o 'statu quo' de uma classe de devoristas. Ou seja, só servem para disfarçar a indigência generalizada da sua programação".

A CT ridiculariza a contratação para a direção da RTP de alguém que há nove anos defendia a seu extinção. "A CT congratula-se que se mantenha neste, como noutros casos, o efeito transformador que a mudança de circunstâncias profissionais de natureza pessoal parece ter na opinião de alguns comentadores acerca da qualidade, importância e necessidade do serviço público de rádio e televisão que a RTP presta".

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