Resposta à crise social tem de responder também à crise climática”

04 de June 2020 - 19:28

Para Nelson Peralta, a resposta à crise provocada pela covid-19 não pode repetir erros do passado e deve garantir uma resposta à crise climática e a garantia de justiça social. Bloco agendou debate de urgência para esta sexta-feira no Parlamento.

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"Resposta à crise social tem de responder também à crise climática”
Fotografia de Paula Nunes.

O Bloco de Esquerda convocou um debate de urgência a ter lugar esta sexta feira na Assembleia da República sobre justiça climática e saída para as crises. 

Para o partido, é necessário que a resposta à crise que surgiu com a pandemia do novo coronavírus tenha em conta a igualmente urgente necessidade de responder à crise climática, sem “repetir os erros do passado”. 

A resposta à crise pandémica levará a uma redefinição das prioridades a nível económico. E nessa redefinição estratégica o Bloco de Esquerda considera essencial um “recentrar ecológico e social da economia”.

“Nós tivemos um modelo económico que levou o planeta à beira do abismo climático e que criou também desigualdades sociais. Pois bem, agora precisamos de uma nova economia com transição ecológica e energética, com investimento nos transportes públicos, com a proteção dos ecosistemas”, defendeu o deputado Nelson Peralta.

Uma resposta à crise pandémica tem, igualmente, de se centrar na criação de emprego, mas num modelo mais ligado às necessidades sociais e ambientais e que “não seja ciclicamente destruído por crises sociais”. 

Num cenário de transição energética, o deputado bloquista defende que “todos os setores que porventura possam ficar obsoletos” com a transição da energia a carvão para energias renováveis, permitam que os “trabalhadores afetos a estas industrias possam também manter o seu posto de trabalho, reafetado a setores públicos de energias renováveis”. 

Recordando que são os países mais empobrecidos quem menos contribuiu para as alterações climáticas e ao mesmo tempo aqueles que mais diretamente sentem os efeitos das alterações climáticas, a justiça social terá de caminhar de mãos dadas com uma resposta de justiça climática. 

O abandono do paradigma da energia fóssil e a transição para energias renováveis deverá também considerar a necessidade de combater a pobreza energética que tanto afeta quem vive em Portugal, sobretudo nos meses mais frios. 

“Precisamos também de programas de reabilitação urbana que garantam habitação a custos controlados com eficiência energética e com meios descentralizados de produção energética”, explicou o deputado aos jornalistas.