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Repórteres Sem Fronteiras criam mapa de violações da liberdade de imprensa
O nome Observatório 19 é uma referência dupla. Remete tanto para a Covid-19 como para o artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Com este projeto, os Repórteres Sem Fronteiras pretendem avaliar como a pandemia afetou o trabalho dos jornalistas, como a censura e a desinformação terão aumentado.
O projeto espera recolher casos diariamente e conta com um mapa mundial interativo das violações da liberdade de imprensa. O organismo defende que “a humanidade não conseguirá defrontar nenhum dos grandes desafios globais sem jornalismo: aquecimento global, enfraquecimento da biodiversidade, discriminação das mulheres, corrupção etc.”.
O seu Secretário-Geral, Christophe Deloire, acrescenta que “ a censura não pode ser considerada um assunto interno deste ou daquele país: o controlo da informação num dado país tem consequências em todo o planeta e sentimos hoje em dia os efeitos disso. O mesmo acontece com a desinformação e os rumores.”
Deloire denuncia em concreto países como a China ou o Irão “nos quais os meios de comunicação social não conseguem cumprir a sua função de informar os cidadãos.” Considera “urgente dar conta, de maneira exaustiva e honesta, dos obstáculos à liberdade de imprensa e das tentativas de manipulação de informação no contexto desta epidemia sem precedentes”. Por isso, os RSF estão, dizem, “mobilizados por todo planeta”, tendo sido tomadas medidas para “garantir ao máximo a manutenção das atividades da ONG, assegurando a segurança do seu pessoal e parceiros”.
Nous demandons au secrétaire général de l’ONU et au directeur général de l’OMS d’affirmer que le droit à l’information est inhérent au droit à la santé et de condamner les violations de la liberté de la presse pendant l’épidémie de Coronavirus. https://t.co/TJsjrIPMWS pic.twitter.com/f7efmeOWsy
— Christophe Deloire (@cdeloire) April 18, 2020
A mesma organização tinha enviado esta semana uma carta a António Guterres, Secretário-Geral da ONU e a Tedros Adhanom Ghebreyesus, da Organização Mundial de Saúde, em que pedia atenção para as violações da liberdade de imprensa e instava estes dirigentes a apelar ao respeito a “esse direito fundamental”. Em causa, aliás, para além do direito à informação estaria também outro direito básico “o direito à saúde”, que representaria “um fator de agravamento da doença e um risco vital para milhões de seres humanos”.
A missiva referia ainda que está a acontecer uma “multiplicação de violações da liberdade de imprensa cometidas por numerosos governos em resposta a esta crise inédita”.
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