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Renzi rejeita sanções e desafia regras da união bancária

O primeiro-ministro italiano diz que “é um erro pensar em sanções” a Portugal e Espanha. Com os maiores bancos em queda nas bolsas, a imprensa financeira diz que Renzi está disposto a quebrar as regras da união bancária para resgatar a banca com dinheiros públicos.

“Seria um erro pensar em sanções para estes dois países que fizeram tantos sacrifícios”, terá afirmado Matteo Renzi numa reunião da direção do Partido Democrata, onde voltou a defender que a prioridade da Europa seja “o crescimento e não a austeridade”.

O sistema financeiro da Itália tem estado no centro das preocupações após o referendo britânico. Os bancos já tinham perdido mais de metade do seu valor em bolsa, mas a tendência acentuou-se desde o “Brexit”, com cotações a atingirem mínimos históricos.

O banco Monte dei Paschi está na primeira linha do resgate, com 41% de crédito malparado e uma valorização bolsista a perder 70% do seu valor desde o início do ano. Considerado o banco em pior estado no “teste de stress” à banca europeia em 2015, a recapitalização de 3 mil milhões de euros que se seguiu não foi suficiente para estancar a desvalorização. Nos últimos dias, o BCE deu ordem ao banco para apresentar um plano para cortar 40% do crédito malparado, mas não há investidores privados à vista para entrarem com o capital.

Segundo o Financial Times, Matteo Renzi está disposto a ir ao ponto de desobedecer às novas regras europeias que determinam que as perdas sejam assumidas pelos acionistas e credores dos bancos e não pelos contribuintes. Invocando a existência de muitas pessoas que investiram as suas poupanças em produtos financeiros de dívida bancária, para além de pequenas empresas, o primeiro-ministro italiano não abdica da possibilidade de injetar dinheiro público, caso seja necesssário.  O “banco mau” criado pelo governo e financiado pela restante banca para absorver o crédito malparado pode entrar em ação nos próximos dias em relação aos créditos do Monte dei Paschi.

Na semana passada, a Comissão aprovou uma linha financeira de 150 mil milhões de euros para assegurar a liquidez dos bancos italianos. No fim do mês são esperados os resultados dos “testes de stress” à banca italiana e a dúvida é saber quais as necessidades de capital de cada banco terá para cumprir os rácios exigidos.

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