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Reabertura das escolas é “muito boa notícia”, mas faltam recursos

Com a pandemia, estão a ser pedidas mais tarefas às escolas. Se já faltavam meios e pessoal, a situação agravou-se, aponta Catarina Martins, defendendo que os testes aos trabalhadores das escolas já deviam ter sido feitos.
Catarina Martins com trabalhadores do Casino de Espinho.
Catarina Martins com trabalhadores do Casino de Espinho.

Depois de um encontro com profissionais do Casino de Espinho, em protesto contra a perda de rendimentos, Catarina Martins pronunciou-se sobre a reabertura das escolas. Para ela, esta é uma “muito boa notícia”. Trata-se de algo “fundamental para o desenvolvimento das crianças” e foi um momento desejado por elas como pode atestar “qualquer um que tenha tido o privilégio de ver a felicidade das crianças ao reencontrar os seus colegas”.

Mas a coordenadora do Bloco não deixou de tecer críticas ao Governo por ter "andado tarde e desacompanhado as escolas”. O Bloco de Esquerda tem defendido rastreios regulares nas escolas desde antes do início do ano letivo e, em dezembro, a sua proposta foi aprovada no Parlamento. Nesta segunda-feira, “as escolas reabriram e os testes só vão começar amanhã”. “É bom que acelere e faça os testes de rastreio”, diz Catarina Martins. E também é “importante a decisão de considerar a vacinação do pessoal docente e não docente das escolas com critérios sobre os grupos de risco a que cada profissional pertence também”.

O Bloco defende que falta pessoal nas escolas. Estas “já não tinham pessoal suficiente antes da pandemia”. Com esta situação no país, “têm feito um trabalho extraordinário”, os seus trabalhadores “têm-se desdobrado em tarefas”, mas “precisam de ajuda” porque asseguram ao mesmo tempo ensino presencial, ensino não presencial e organização de testes. “Um trabalho infindável para escolas quase sem pessoal” que “praticamente não têm pessoal administrativo para organizar estas tarefas”. Assim, para além de acelerar os seus compromissos, como os rastreios e testes, o governo “precisa também de rapidamente” de fazer uma contratação de pessoal, sendo “incompreensível” ainda não o ter feito de forma expedita.

Catarina Martins detalhou ainda mais a necessidade deste aumento de quadros. As escolas precisam de mais professores porque “têm um trabalho a fazer até de recuperação de aprendizagens, porque este tempo foi um tempo muito duro para as crianças e para os jovens. E precisam também de mais auxiliares e administrativos “de forma a organizar todos os processos burocráticos tão complicados: rastreios, vacinação em que está a ser pedido às escolas para se organizarem.” Necessitam igualmente de meios informáticos. Até porque “os computadores chegam às escolas sem software” e “estas têm de arranjar maneira de tornar aquela máquina uma máquina que possa ser usada”.

Questionada pelos jornalistas sobre o facto de os trabalhadores das escolas não terem sido testados nem vacinados, a dirigente bloquista fez questão de distinguir processo de vacinação e de testagem. O primeiro “está dependente da entrega de vacinas que está atrasada em toda a Europa”. Contra estes atrasos, o Bloco de Esquerda “juntou-se à iniciativa de um milhão de cidadãos europeus pela quebra de patentes para a produção, distribuição, universalização da vacina da Covid”. Já relativamente aos testes, “Portugal só depende de si neste momento”. Assim, estes “já podiam ter começado”, como o partido tem vindo a dizer “desde antes do início do ano letivo”.

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