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“Quem quer defender o país tem de rejeitar a austeridade”

A porta-voz do Bloco afirma que o orçamento do Estado (OE) “está a começar um caminho” e aponta que “uma das maiores dificuldades é o constrangimento da dívida pública”, sendo necessário “começar a estudar a reestruturação da dívida”.
Catarina Martins durante a visita a um colégio em Vagos – Foto de Paulo Novais/Lusa

Catarina Martins visitou, nesta quarta-feira 2 de março de 2016, o Colégio Diocesano de Nossa Senhora da Apresentação, em Calvão, Vagos, onde se encontrou com a comunidade educativa, alunos, professores, associação de estudantes e associação de pais, segundo a Lusa.

À margem da visita, a porta-voz do Bloco fez declarações à comunicação social, em que afirmou: "muitas das pessoas que veem agora riscos num Orçamento que começa a devolver rendimentos a quem vive do seu trabalho, são os mesmos que acharam que a austeridade ia resolver os problemas e a austeridade só aumentou a dívida pública".

"Quem agora acha que é preciso austeridade para resolver os problemas de défice tem falta de memória, porque a austeridade fez a dívida disparar como ela nunca tinha aumentado no nosso país", sublinhou Catarina Martins.

"Se este OE rejeita a austeridade tanto como eu gostaria, não. Ainda estamos longe disso mas está a começar um caminho, está a ser debatido e o país tem condições para viver um bocadinho melhor este ano (…) Precisamos de um caminho diferente do que temos seguido", frisou a deputada.

A porta-voz do Bloco salientou também que uma das maiores dificuldades do OE “é o constrangimento da dívida pública que tem muito peso nas contas do país e não liberta recursos suficientes para o investimento e para a recuperação de rendimentos que o país precisa”.

"O que a austeridade tem feito é reduzir salários, reduzir pensões, com isso encolher a economia em Portugal e criar desemprego. Insistir num modelo que já foi experimentado e que só trouxe desastre para o país, parece-nos não compreender, não querer tirar lições, da própria história do país".

“Se o país precisa de fazer algum caminho é o de começar a estudar a reestruturação da dívida pública, continuar o caminho de recuperação de rendimentos, salários, pensões. Quem recebe o seu salário, quem recebe a sua pensão, não põe o dinheiro num offshore, põe-no na economia e protege a economia do país, protege a criação de emprego. Isso é que é preciso. E se os recursos são poucos porque a dívida é grande de mais e porque houve especuladores a jogarem contra o nosso país, então que se comece a trabalhar seriamente na necessidade da reestruturação da dívida pública em Portugal. O Bloco de Esquerda está muito empenhado nesse caminho”, sublinhou a deputada.

Questionada sobre as apreciações do Conselho de Finanças Públicas (CFP), a porta-voz do Bloco declarou: "O CFP tem, ao longo dos anos, tido posições de acordo com a necessidade de medidas de austeridade. Ora o que a austeridade tem feito é reduzir salários, reduzir pensões, com isso encolher a economia em Portugal e criar desemprego. Insistir num modelo que já foi experimentado e que só trouxe desastre para o país, parece-nos não compreender, não querer tirar lições, da própria história do país".

A concluir, Catarina Martins afirmou: “Nenhuma economia pode sobreviver, nenhum país sobrevive, onde não há salários, onde não há respeito por quem trabalha e, por isso, não há emprego. Precisamos de um caminho diferente do que temos seguido”.

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