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“Qualidade democrática das escolas dirá muito sobre qualidade democrática do futuro”

Bloco anuncia que irá apresentar projetos sobre o número de funcionários e sobre a gestão democrática das escolas, além de exigir reforço do investimento.
Joana Mortágua intervém no Parlamento.
Joana Mortágua intervém no Parlamento.

Esta sexta feira decorreu na Assembleia da República um debate temático sobre escola pública agendado pelo Bloco. Nele, a deputada Joana Mortágua afirmou que “numa escola de qualidade não há espaço para a falta de transparência, para centralismo burocrático, para cargos por inerência, nem para cargos que se eternizam”. Por essa razão, o Bloco irá apresentar um projeto sobre a gestão democrática das escolas. “A qualidade democrática das escolas dirá muito sobre a qualidade democrática do nosso futuro”, sublinha a deputada bloquista.

Por outro lado, a dirigente bloquista sublinha que também é necessário mais investimento público na educação e condições dignas de contratação de trabalhadores. “É preciso investimento na escola pública, acabar com a precariedade dos professores, contratar funcionários para as escolas pública. Ninguém pode ficar orgulhoso de um défice para Bruxelas ver, que é conseguido à custa da escola pública. A escola que nós queremos não tem professores nómadas, não tem psicólogos precários, não tem falta de assistentes operacionais injustamente mal pagos, uma escola de qualidade não tem aulas em contentores nem com salas de aula onde chove”, disse Joana Mortágua.

“Durante demasiados anos, os sucessivos governos esqueceram que a consciência democrática ou é construída na escola, ou pode não ser construída. A escola tem de ser democrática, tem de reconhecer e valorizar a autonomia pedagógica dos professores, tem de promover a participação dos alunos, tem de tornar os professores coprodutores da sua participação, não só académica, mas também cívica”, insistiu Joana Mortágua.

“O discurso da exigência e da qualidade foi um embuste”

“A escola pública existe para que cada um escolha aquilo que quer ser e, independentemente dessa escolha, o conhecimento não é um privilégio de alguns, mas um direito de todos como instrumento à emancipação”, prosseguiu a deputada do Bloco. “O discurso da exigência e da qualidade foi um embuste, transformar a escola num centro de preparação de exames é o caminho mais fácil, barato e mais pobre” que provocou o despedimento de professores, à precariedade de funcionários, e à degradação das condições físicas das escolas. 

“Esta maioria travou este caminho quando se comprometeu com a valorização da escola pública. Esta maioria comprometeu-se com o mais difícil, e a tarefa mais difícil de uma escola é levar cada aluno ao máximo das suas possibilidades não pela sua capacidade de ser igual aos outros, mas pela sua capacidade de se superar a si próprio e de superar o se contexto. Uma escola exigente é aquela que, respeitando a diferença, supera as desigualdades”, afirmou Joana Mortágua. 

“Nos últimos quatro anos, a direita colocou 15.782 desempregados a trabalhar de borla nas escolas”

Luís Monteiro respondeu às críticas da direita sobre a precariedade no ensino, afirmando que “só no governo da direita nos últimos quatro anos, a direita colocou 15.782 pessoas desempregadas a trabalhar de borla nas escolas”. “O Bloco colocou em cima da mesa o tema da precariedade e esta maioria parlamentar está a tentar resolver os problemas que a direita quis esconder do país”. 

“Não é só de Contratos Emprego e Inserção de que falamos na questão da precariedade, já se esqueceu a direita das centenas de professores de ensino artístico que davam aulas a milhares de alunos por todo o país, a quem a direita decidiu não pagar salários? É preciso não esquecer o património que a direita nos deixou nos últimos quatro anos: precariedade e destruição do serviço público de educação”, concluiu o deputado bloquista.

Em baixo pode ver todos os vídeos das intervenções dos deputados do Bloco na sessão parlamentar desta sexta feira.

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