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“PS não pode esperar muleta do PSD para incumprir acordo” sobre professores
“O que foi aprovado é que o governo ia negociar com os sindicatos o faseamento do descongelamento das carreiras, mas tendo em conta a contagem do tempo de serviço, e não a contagem de uma parte do tempo de serviço”, lembrou Catarina Martins esta segunda-feira, recordando os compromissos assumidos pelo governo no Orçamento para este ano.
“Não tem nenhum sentido que o PS esteja agora à espera de uma eventual muleta do PSD para não ter de cumprir o que aprovou com os partidos à sua esquerda para o Orçamento de 2018. Isso seria uma quebra de compromisso que ninguém iria compreender”, avisou a coordenadora bloquista.
Com o recuo do governo nas negociações com os professores, ao passar a admitir apenas negociar o descongelamento de uma parte do tempo de serviço, “estamos confrontados com algo inédito, que é o governo aparentemente não querer cumprir o que está na lei do Orçamento do Estado”, prosseguiu Catarina, alertando que “o governo não pode decidir se quer ou não cumprir a lei”.
Catarina Martins aproveitou o encontro com os professores para deixar “um apelo ao governo em nome de toda a comunidade escolar: que o governo faça o que lhe compete e volte à mesa das negociações”.
“Está na mão do governo retomar as negociações. Foi o Ministério da Educação que abandonou as negociações, algo que é inédito”, afirmou a coordenadora do Bloco, insistindo que “o que foi aprovado no Orçamento para 2018 deve estar resolvido quando chegarmos ao Orçamento para 2019”.
“Preocupa-nos muito esta intransigência”, sublinhou Catarina, uma vez que ela dá a impressão que “o governo está confiante na posição do PSD nas negociações do próximo Orçamento relativas aos professores. Isso não é prudente. O governo deve preocupar-se menos com as posições do PSD e mais com negociar com os professores e cumprir o que foi aprovado no Orçamento para 2018”.
João Dias da Silva: “Governo está a adiar sucessivamente o problema”
Pelas dez organizações sindicais presentes falou o líder da FNE, João Dias da Silva, começando por sublinhar “a forte unidade dos professores na mobilização” para a greve que está a decorrer desde 18 de junho com níveis de adesão superiores a 90%.
Por entre críticas à postura de “intransigência” de um governo que “está a adiar sucessivamente o problema”, Dias da Silva lembrou que “o que o Orçamento do Estado determina é que o governo e as organizações sindicais têm de determinar o faseamento desta recuperação do tempo de serviço”.
Ou seja, resumiu o sindicalista, “o que temos de negociar com o governo é o faseamento: o que é que se pode pagar em 2019, em 2010, em 2021…”. As organizações sindicais mantêm-se disponíveis para retomar as negociações de forma a que o faseamento do descongelamento do tempo completo das carreiras se faça ao longo dos próximos anos de forma a não pôr em risco o equilíbrio das contas públicas.
A Plataforma das 10 organizações sindicais dos #professores, reuniu esta tarde com o Bloco de Esquerda para discutir a situação profissional dos docentes. pic.twitter.com/VBc0qtqNt7
— Esquerda.Net (@EsquerdaNet) July 2, 2018
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