You are here

PS chumba inquérito ao Amadora/Sintra

João Semedo apresenta proposta de inquérito ao Amadora-SintraA proposta do Bloco para criar uma comissão de inquérito ao acompanhamento das contas do hospital Amadora/Sintra foi chumbada pelo PS. O único hospital público com gestão entregue a privados desde há 12 anos tem vivido uma história conturbada sempre que chega a altura de fechar contas e surgem as divergências de números entre o grupo Mello e o Estado.

O secretário de Estado da Saúde e a bancada socialista uniram-se para chumbar a proposta bloquista, tendo sido o único partido a fazê-lo. Como argumento para recusar o inquérito à comissão de acompanhamento do contrato, os socialistas alegaram que ainda decorrem negociações entre o Estado e os Mellos para a validação das contas de 2002, uma fase que antecede o possível recurso a um tribunal arbitral.

Os relatórios demolidores da Inspecção Geral de Finanças, do Tribunal de Contas e a ineficácia da comissão de acompanhamento motivam a proposta do Bloco. Ainda estão por fechar as contas de 2002 a 2007 e não há acordo sobre quem deve pagar o quê. A insuficiência do Estado no acompanhamento do contrato com a José de Mello Saúde é nítida, uma situação tanto mais estranha se verificarmos que a dita comissão foi formada após a polémica que opôs Estado e Mellos por causa das contas de 2000 e 2001. Estas só foram fechadas com recurso a um tribunal arbitral que fez o Estado pagar 20 milhões de euros àquela empresa.

O Hospital Amadora-Sintra destaca-se igualmente por outras irregularidades condenadas pela Inspecção Geral de Saúde ou pelo Tribunal de Contas: contratos de trabalho duplicados para vários profissionais - um como funcionário público e outro como contrato individual de trabalho -, médicos afastados do serviço pela administração e proibidos de contactarem com os restantes profissionais, doentes em lista de espera não inscritos no programa de recuperação das listas de espera. Estas situações configuram um regime de excepção para este hospital, já que não existem nos restantes hospitais públicos.

O deputado bloquista propôs uma comissão de inquérito para averiguar "se o interesse público está realmente a ser defendido" pela comissão de acompanhamento. "Perguntamo-nos se existe comissão de acompanhamento, se ela reúne, quais são as suas conclusões e quais os efeitos práticos do seu trabalho", afirmou João Semedo, acrescentando que "todos os portugueses pagam por ano cerca de 140 milhões de euros" por este contrato.

 

Veja aqui a intervenção de João Semedo: 

 

 

Termos relacionados Política