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Protestos em Jerusalém trazem regresso de ataques a Gaza

A contra-manifestação dos palestinianos em relação à marcha da extrema-direita acabou com dezenas de feridos. Israel respondeu com novo bombardeamento aos balões incendiários lançados em Gaza.
Marcha das Bandeiras: Manifestante segura cartaz com a cara do primeiro-ministro Naftali Bennett e a palavra "Mentiroso".
Marcha das Bandeiras: Manifestante segura cartaz com a cara do primeiro-ministro Naftali Bennett e a palavra "Mentiroso". Foto de Atef Safadi/EPA

A Marcha das Bandeiras, uma manifestação da extrema-direita israelita para assinalar o dia da anexação de Jerusalém Oriental por Israel, juntou milhares de pessoas e fez regressar os confrontos em várias cidades. Em Jerusalém, os contra-manifestantes palestinianos foram recebidos pela polícia a cavalo e balas de borracha e os confrontos resultaram em 33 feridos, segundo o Crescente Vermelho citado pelo jornal Haaretz. O jornal israelita descreve ainda ataques de participantes da marcha na Porta de Damasco contra mulheres palestinianas que passavam sozinhas, por entre cânticos de “Morte aos Árabes”.

A manifestação estava prevista para 10 de maio, mas foi adiada devido à escalada da tensão que culminou com os bombardeamentos mortíferos a Gaza. Entretanto, adquiriu maior significado político com as negociações que permitiram formar o novo Governo, uma aliança para afastar Benjamin Netanyahu do poder e que integra desde setores da extrema-direita religiosa aos partidos árabes israelitas. O novo primeiro-ministro Naftali Bennett, ex-dirigente do movimento dos colonos, tem sido acusado de traição por parte do seu campo político, também representado nesta Marcha das Bandeiras.

O trajeto da marcha foi alterado em relação à intenção dos organizadores, com a polícia a mantê-la afastada do Bairro Muçulmano da Cidade Antiga e da mesquita de Al-Aqsa. Para um porta-voz do Hamas, Fawzi Barhoum, tanto esse desvio como o reforço do sistema antiaéreo Iron Dome no dia da marcha são um sinal da força da resistência palestiniana.

Temia-se que a resposta contra a marcha provocatória da extrema-direita em Jerusalém pudesse passar também pelo regresso dos rockets disparados da faixa de Gaza contra cidades israelitas. Mas tanto o Hamas como a Jihad Islâmica asseguraram à diplomacia egípcia não estarem interessados numa escalada do conflito. Acabaram por ser lançados de Gaza algumas dezenas de balões incendiários, que provocaram duas dezenas de incêndios em terrenos perto da fronteira.

Em resposta, a aviação israelita bombardeou de madrugada posições do Hamas em Gaza e Khan Younis, sem notícia de vítimas.

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